quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uma reflexão e uma esperança, mesmo que pequena

Essa semana enquanto eu participo aleatoriamente de um congresso das escolas franciscanas do país, onde se debate, discute e problematiza a educação. Falou-se das repressões impostas pela modernidade com mais intensidade à partir do século XVII e todo essa emarranhado de problemas terríveis que não pararam de acontecer, apenas adquiriram uma nova cobertura, e pior, tem-se espalhado.

No final de semana passada, visitei a minha família, no município de Tuparendi, do ladinho de Santa Rosa (conhecida por ser a terra da Xuxa). Numa conversa sábado a tarde, regada de muitas 'bergamotas' com uma amiga de infância e que é assistente social, levantamos a questão das patologias sexuais que andam sendo registradas naquele município. Quer dizer, um lugar pequeninho, onde todos se conhecem, cada dia há novas notícias sobre estupro, incesto, pedofilia. E vide, fiquei apavorado com o caso de um senhor que está sendo investigado pela polícia, e que supostamente pratica abuso com menores há muito tempo.

Essas migalhas de pensamentos surgiram quando eu li sobre o padre franciscano polonês que lançou um livro sobre sexo. É claro, que para casais. O interessante é que ele quer de certa forma, quebrar um pouco de toda essa repressão que nos torna uma sociedade extremamente doente. E não estou dizendo de uma gripe suína, da Aids ou de algo do tipo. Estou afirmando sermos uma sociedade que impõe regras morais rígidas, aos quais se sabe que não serão cumpridas, e a partir disso, os indivíduos buscam outras formas de sustentar e realizar os seus desejos reprimidos. Não que somos totalmente culpados pelas barbaridades como essas, mas fazemos parte do sistema, então, temos um tanto de culpa.

Nesse contexto todo, e de uma forma bem superficial - pois não irei comentar neste momento - quero deixar a dica de uma matéria da revista época sobre as formas de lidar com o gay na escola, se elas realmente estão preparadas. Eu não vejo muito isso, e quem sabe o problema maior seja também a forma de preparar o sistema educional para tal. Afinal, não deferia ser um novo aspecto, mas sim, aquele velho e bom conceito de acolhimento das diferenças, das teorias advindas do Paulo Freire ou seja de quem for...

Quem sabe, começar a quebrar as barreiras da moral imposta, deixar de lado a repressão enquanto regra, aceitar as formas diferentes de ser, de constituir e de se apresentar, seja por peculiaridades fisicas, seja apenas por estilos de vida; este para mim seria o papel da educação em nosso tempo. Seja a educação procurada por Francisco - São Francisco de Assis - que burlou todas as regras em seu tempo, ou seja as estratégias de inclusão adotadas por escolas mundo afora. Só sei, que precisamos intensificar se quisermos uma sociedade mais sadia.

Abraços

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