sábado, 12 de maio de 2012

De passito a passito

Beijo gay: Danilo Gentili dá selinho em baixista no "Agora é Tarde" / Reprodução

É meus amigos. Nem sei porque começo a minha pequena postagem de hoje, e digamos, que há muito não acontecia, com "é meus amigos". Por vezes, ficamos insistindo tanto, lutando tanto e parecendo não fazer nada, que cansamos um tantão! 

Enquanto no Brasil, as grandes polêmicas políticas são os escândalos e a formação de novas ferramentas governamentais, algumas decisões nos assustam. Gente inocente todo o dia sendo julgada e condenada, e digo isso reafirmando o que grande parte dos detentos diz ao ser pegos pela força policial: "sou inocente". Não sei se todos são, mas grande parte é mais inocente do que nós mesmos. Num mundo cheio de corrupções e interpretações equivocadas, calcadas apenas num contexto histórico estanque, em que não há nenhuma evolução moral, ética. Neste mundo, aonde o beijo gay, ou a falta da sua trasmissão na novela das oito é um grande tabu, o remédio fitoterápico para o problema é satirizar. Torná-lo uma brincadeira, que nem sempre agrada a todos, mas que de alguma forma consiga sensibilizar a sociedade.

Ahh... e como é difíl conseguir isto. Alguns folhetins da televisão tem insistido neste assunto. Tivemos a bela atuação do persongaem Crô em Fina Estampa (novela da Rede Globo), interpretado por Marcelo Serrado, que colocou em xeque muitos preconceitos de forma divertida. O personagem extremista discutiu muitos tabus e mostrou o quanto, mesmo um super assumido, precisa suportar, já que escondeu os seus romances. Talvez, apenas por questões de princípios da emissora, ou quem sabe, para retratar uma realidade ainda enraizada na grande parte dos relacionamentos homoafetivos.

Uso um trecho do prefácio do livro de Guilherme Rodrigues Passamani, Arco Íris (Des)Coberto  que vem a calhar com o dia das mães. É uma crítica, mas acima de tudo, é uma realidade.

"O mundo está estranho: os filhos gays é que têm que acabar por entender a seus pais. Como podem pedir isso?

- Velhos, queria lhes dizer que estou namorando.

- Que alegria, filho. Com um menino ou uma menina?

Algum dia vai ocorrer. Eu gostaria de presenciar. Por isso escrevi este livro. Porque a homossexualidade voltará a ser o que nunca deveria ter deixado de ser: nada"

Olhos atentos