quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dois lados... duas versões... dois modos!!

Como é engraçado!!! Para não colocar trágico. Nascemos, nos criamos, cada um a seu modo, cada um dentro de suas possibilidades. Aprendemos algumas coisas aqui, outras alí, outras lá. Aquela história que formamos uma base sólida à partir da família e de seus ensinamentos, a cada dia vai sendo diluída num emaranhado de dúvidas. Está certo, somos exatamente aquilo que tanto desprezamos, sei disso. Ou melhor, apreendi de uma certa forma meio trágico que as coisas funcionam assim comigo.

Jamais poderei dizer que isso é para todos. Porém, eu sou assim. No entanto, mesmo sendo muito parecido com todos aqui em casa, sou muito diferente. Não apenas no modo em que levo a vida, nas minhas escolhas, nas minhas percepções, minhas visões de mundo. Sou literal, isso eu sei, sou sarcástico, mas sou leal.

Ontem mesmo, minha irmã me mostrou um cartão que recebeste de uma amiga/colega de classe junto com o presente da brincadeira de amigo secreto. E depois de ler, e reler fiquei muito feliz. Entre muitas belas palavras, num texto quase melódico, a sua colega, autora, colocou uma questão relativa a minha irmã a qual me identifiquei (ou seria o contrário?). Que a mana vive num mundo COR DE ROSA.

Putz!!! Para alguns pode ser uma extrema ofensa. Para minha irmã, até soou como desagrado. Eu já não. Eu vejo com bons olhos, eu me enxergo nisso. Não vejo nenhum problema, pelo contrário, vejo apenas coisas maravilhosas. Se propor a viver num mundo COR DE ROSA nos torna dóceis. Por muito tempo eu fui assim, me permitindo a não conhecer o outro lado - a realidade.

E me respondam??? Eu ganhei alguma coisa com isso. Não, nem um pouco. Quem sabe para o futuro, quem sabe me tornei um pouco mais desumano, muito mais cruel com o mundo e comigo mesmo. Me anestesiei do mundo ao conhecê-lo.

Viver numa bolha é ruim, mas viver numa dura realidade é muito pior. Sou a favor de um mundo COR DE ROSA. Sou a favor de uma ilusão em prol do meu bem-estar. Afinal, pouco muda eu acreditar nessa fantasia, ou acreditar nessa hipocrisia. Tanto faz, são apenas dois lados, e que ficar no meio disso tudo sim é patológico. Ter a possibilidade de escolher, de querer fantasiar não depende tanto assim da família, situação social, ou de qualquer coisa que tanto insistem em me convencer. Trago um exemplo claro, Hebe Camargo numa entrevista ao programa Marília Gabriela Entrevista no GNT falou que ela sempre foi assim, não via os problemas como problemas. Quando pequena não tivera muitas possibilidades, não tivera nem geladeira, então, quem dera cheia de comidas.

O que ela fez então. Segundo, a própria, ela brincava de dizer que tipo de comida sua mãe iria querer pro jantar, que ela iria tirar da geladeira pra preparar. Pode parecer estranho, maluquice. Mas é apenas uma forma de conviver com a realidade, de esperar por algo novo, de chamar pela sorte, de buscar, mesmo que incoscientemente e sem conhecer nenhuma dessas teorias modernas, uma vida melhor.

Sou a favor do mundo COR DE ROSA. Não sou a favor da bolha, pois ela é fácil demais de estourar. Quero que as pessoas acreditem mais nas coisas lindas, na bondade, na vida melhor e sem privações, na vida de muita liberdade. E acima de tudo, eu quero voltar a ver esse mundo com um película ROSA, num tom relaxante, de aconchego, de plenitude. Seja qual lado escolher para olhar pro lado, pense bem antes, e não deixe, eu... ou qualquer outro convecê-lo do que é melhor. Seja você, acredite em você e viva no mundo em que acreditar existir.

Grande abraço.... a todos meus amigos, amores, aos que conheço, aos que ainda não conheci, aos desta e de outras vidas.... Um grande e forte abraço.... Estamos juntos.. AMO VCS!!!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Copa do Mundo é nossa!!!


Os semifinalistas da Copa 2010 são exemplo de respeito aos direitos LGBT. Tudo bem que o Brasil não chegou até a disputa, mas a gente tem ao menos um motivo para comemorar a presença dos quatro times que segueram lá. Uruguai, Espanha, Alemanha e Holanda estão entre os países onde a população LGBT têm acesso a direitos civis equivalentes aos concedidos aos heterossexuais.(texto adaptado do site mix brasil)

O que me deixa mais feliz nessa toda onda de Copa do Mundo de futebol é que não somos os favoritos, nem de longe. Nem tudo que foi, ou representa algo, pelo percurso histórico, quer dizer que é bom ou tem chance. A Copa na África do Sul mostrou isso. Digo, pois está quase no finalzinho. Independente de quem ganhar ou não, nos lembrou que não podemos - isto para nós brasileiros - nos basearmos em prol somente do futebol, ou de qualquer esporte que seja.

Melhor ainda, e com certeza, agora as pessoas devem estar me achando louco, é o caso que envolve o goleiro do Flamengo, o tal Bruno. Não sei se ele matou e nem quero saber. Pois se mata a cada instante nesse país, de maneiras mais cruéis possíveis, de maneira velada por vezes, e não se faz nada - assunto para outra hora. Mas, nesse momento quero enunciar uma teoria que sempre compartilhei. Que o esporte pode ser apenas um instrumento contra a criminalidade, mas ele está longe de ser eficaz enquanto tal.

Vão dizer, mas é exceção. Não, não e não!!! Quantos jogadores têm ligação direta ou indireta com o tráfico. Quantos??? A gente nem sonha o número. Empresários, pessoas que ajudam a financiar tudo isso, no caso, as torcidas ligadas ou reflexo de gangues. Está mais do que na hora de percebermos que esporte é importante, senão fundamental para o bem-estar do corpo, da mente, etc.; mas que esperar dele algo além, é pura exceção.

Sou muito mais de algo ligado com a arte, com a promoção da cultura, do conhecimento e resgate histórico da cultura daquela comunidade, a introdução e o aprendizado de outras formas culturais, e toda a problematização que isto gera. Claro, que é muito mais interessante promover algo que já está aceito socialmente. Uma escolinha de futebol para meninos de rua é o máximo, já uma escola de ballet para meninos de rua é degradante e sem motivo de ser. Sempre dizem: "Você já conheceu alguma bailarina que ficou rico?"

Quem sabe "o fim não justifica os meios".

E só para terminar. No hoje de ontem, dia 6 de julho, entre o Uruguai e a Holanda, esta ganhou. Claro, até estava torcendo para os hermanos, mas na questão de direitos acessíveis aos gays, a Holanda é referência e com certeza deve mostrar isso. Afinal, ouvi muito gente sem noção - desculpe a constatação (até rimou) - dizendo que não passavam de um bando de 'drogaditos'. Sejam o que forem, acontece que precisamos fazer jus ao princípio da liberdade de expressão, e lá fazem. Chega um momento que nos cansa perceber que estão, de uma maneira sutil, nos tirando direitos e não nos permitindo a viver e ser aquele que desejarmos.

Fico feliz que quem for campeã, possibilita a população LGBT direitos iguais. VIVA....

Olhos atentos