terça-feira, 17 de novembro de 2009

Admirável mundo que perpassa o exibicionismo

Nos mostrar, nos deixar ver, deixar que nos admiram, que nos odeiam. Permitir ser conhecido, trabalhar pra isso. A exibição, seja de adornos no corpo, seja nos modos de se comportar, seja na timidez feroz. Toda, inteira, completa. Ela está ligada diretamente ao nosso modo de existir enquanto sociedade. Antes mesmo de termos o termo sociedade, comunidade, aquilo que há em comum por um grupo.

É fato, só existe poder quando comprovado pela exibição, quando comprovado por outros, só existe comandante quando há quem queira ser comandado. Esta última frase é recente, quem sabe uma releitura da literatura explicativa do poder, mas refeita de forma mais clara. O poder, não como dominação extrema, mas como algo desejável dentro do cotidiano humano, nos aspectos que constituem a formação individual, é algo a ser conquistado.

Não queremos, de modo nenhum viver no anonimato, não queremos deixar que alguém tomo o nosso poder ou conquista algo usando de nossos méritos. Até o que não busca incessantemente, sabes, que no seu âmago, há o desejo pelo simples, solidário, e tão difícil de ser conquista: respeito!

Vendo “Budapeste” viajei em alguns pensamentos, que sabe, até poéticos, sobre a relação do poder. Algumas sacadas que neste momento já não povoam mais os meus pensamentos, pois eles são intensos demais, e por não conseguir doma-los, logo os perco e/ou os misturo aos outros tantos.

Não quero me ater ao filme, pois já tem belas críticas e com certeza, melhores; quero apenas indicar, como sempre faço, e deixar os meus breves comentários sobre aquilo que a obra despertou em mim. A vontade que perpassa o exibicionismo, a vontade que diz que o autor é muito mais aquele que apresenta a obra, transcreve, mas aquela que vive dia-a-dia, uma verdadeira obra viva. É sensacional saber que de certa maneira somos todos autores, de um livro, de uma peça, contribuintes das obras alheias, personagens de uma obra muito complexa a vida. E mesmo assim, ainda insistimos em nos exibir a qualquer custo, em todas as novas tecnologias, enquanto outros, mais tolos ainda, pensam que não precisam se utilizar delas para viver.

Depois desses rabiscos... fica a dica.


domingo, 15 de novembro de 2009

Viva o vestido curto de Geisy!!!

Ontem, na madrugada, no programa Altas Horas da Rede Globo, a tão comentada Geisey deu um show de boas atitudes, ótima educação, e ainda por cima, mostrou que sabe, inclusive, lidar muito bem com o meio midiático. Quase virei seu fã. O que me espanta ainda, e já escrevi alguma coisa sobre e também comentei no blog da Márcia Tiburi, é que muitas mulheres, infelizmente, continuam agindo em prol do machismo. Nas perguntas do programa do Serguinho, a maioria das meninas questionaram se a roupa era adequada e se por acaso ela não teria a intenção de se mostrar.

Deixo de lado os comentários que faria e apenas colo aqui um texto que saiu na Revista da Folha de Hoje. Boa leitura!!!



Mais que uma saia justa
por Vitor Angelo

Não se fala de outra coisa: a saia justa na Uniban quando a estudante Geisy Arruda, 20, foi agredida verbalmente, acuada, xingada e ameaçada de estupro por usar um minivestido. A primeira reação da universidade não poderia ser mais cinto de castidade, ao expulsar a aluna por "flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade". Pressionada, a universidade teve que revogar a decisão.

O mais impressionante nessa discussão foi a reação de muitas mulheres que condenaram veementemente o uso da minissaia, esquecendo que essa peça é exatamente o símbolo da liberação feminina nos anos 1960.

Se hoje as mulheres podem frequentar uma universidade, algo se deve à redução do tecido das saias. Como bem ressaltou uma amiga, ao dizer que foi a aluna que causou a situação, temos o mesmo raciocínio machista que culpa a vítima de estupro por "provocar" o estuprador.

As mulheres continuam sendo as maiores algozes delas mesmas, assim como os gays. Quando um viado apanha na rua de uma gangue, as bichinhas são as primeiras a proclamar: "Com certeza devia estar mexendo com os bofes". Como se isso fosse algo tão condenável. Pensando dessa forma, as minorias permanecerão servas voluntárias por muito tempo. Contra isso, viva a minissaia de Geisy!

sábado, 14 de novembro de 2009

A visita de Madonna

A visita da Madonna ao Brasil está dando muitos comentários na imprensa brasileira. Críticas é o que não falta, já que algumas coisas inesperadas aconteceram, como a doação de 7 milhões de um empresário brasileiro aos projetos sociais da rainha do pop. Por não estar muito inspirado para escrever meus comentários sobre a sua visita, e por achar que ela está bem grandinha para ficar dizendo o que deve ou não fazer. Mas um fato não posso deixar de abordar. Que ela andou perdendo o encanto, com certeza, e infelizmente perdeu. Camille Paglia (entrevista a Veja deste ano), conhecida por ter colocada Madonna como a rainha do pop, hoje afirma que a mesma perdeu o direito ao trono, se desmanchou enquanto figura heróica e representativa da mulher moderno, da artista, etc.

Somente falo isso, pois de certo modo, a figura da Madonna não tem mais aquele poder que eu sentia ao mencioná-la. As lutas dela não são as mesmas, e da mesma forma que Camille vê a perda de foco, eu também vejo. Me cansa ver Angelina, Madonna, querendo resolver os problemas da fome e da educação. Mesmo Madona não perdendo seu potencial artístico - adoro tudo - preferia a Madonna que falava em prol das mulheres e dos gays, e que de uma forma mais coerente lutava por ideais de nossa época, pertinentes a sua música. Não falo da coerência burra, mas sim, aquela que esperamos dos nossos ídolos pops.

Pra descontrair um pouco deixo uma charge, que não fala nada disso que me referi no texto, mas que de certo modo, faz-nos desmascarar o mito Madonna e torná-la, uma simples cantora de sucesso, com muito dinheiro, e alguns projetos sociais.


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Um clipe desconhecido do Michael Jackson

Meu amigo blogueiro James Pizarro postou recentemente este vídeo, uma música de Michael Jackson sobre a situação do planeta, o tal aquecimento global. Quem quiser saber mais acesse o blog do James. Deixo para vocês o clipe:

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Reflexões depois de um protesto


Passei os últimos dias pensando sobre o caso Geisy e não conseguia formar opinião. Não que agora eu tomei um posicionamento, no entanto, consegui esclarecer algumas coisas perante o assunto. Hoje a tarde, cerca de 250 alunos da UnB (Universidade Federal de Brasília) protestaram nus ou com pouca roupa na reitoria. O motivo: contrários aos fatos que aconteceram na Uniban de São Bernardo do Campo (SP), que segundo eles é um ato de machismo da sociedade brasileira (veja a matéria sobre o protesto).

Agora não é novidade nenhuma a realidade machista que vemos que nos cerca. Segundo minha amiga antropóloga Fafá, vivemos ainda numa sociedade ocidental que é machista, branca, viril, cristão, entre outros. Quer dizer, esse fato com Geisy, pouco importando com o que ela disse, e espero que tenha se defendido a altura naquele momento - e acredito nisso devido a sua postura durante o caso; demonstra o quanto o nosso sistema educacional é falho. Primeiro que há uma preocupação demasiada em formação de mão-de-obra, segundo, que as insitituições (e não refiro-me as particulares, quase que generalizo) se preocupam em formar, quer dizer, dar um diploma com preocupações desligadas as questões que deveriam permear o conhecimento.

É triste, mas uma das disciplinas mais importantes no processo de melhora da educação, pela maioria das escolas e infelizmente, dos professores que a lecionam, é esquecida. AHHHH... que saudades da minha Filosofia. É, para alguns institutos ela é dada apenas porque é obrigatória, ou apenas tem o objetivo de fazer os estudantes decorrarem os grandes filósofos, muitos nomes e datas e nada daquilo que deveria ser. Ao contrário, na Filosofia deveria se encontrar o espaço para a discussão sobre o ser humano, sobre os preconceitos, os conceitos, as regras, as condutas estabelecidas. É nela que esse aprendizado se dá na escola. Segunda a professora Zélia (minha professora de Filosofia que tanto admiro) não se pode fazer filosofia sem o esforço do pensamento aplicado a uma situação real, algum fato, ou uma atitude não aceita socialmente.

Assim, formam-se milhares de universitários (estes que seriam a esperança de um futuro melhor), muitas vezes nem preparados para o mercado de trabalho e por outras somente preparados para este. Enquanto isso, milhões de pessoas sofrem caladas com situações de preconceito, de indiferença. Somente por isso, e sem adentrar ao caso dessa moça que foi ridiculizada por se vestir sensualmente, que eu a admiro, por abrir a garganta e colocar a cara a taca, numa sociedade em que se tem medo de denunciar, de se expôr em defesa de si, ao mesmo tempo que não se cansa de se expôr de todas as formas em sites de relacionamento. Dissônancia da nossa era, da nossa incessante crise de identidade, que não consegue elimiar com os conceitos de uma sociedade de falsa moral, calcada no machismo, na virilidade, no cristinismo, na pele branca e demais estereótipos elitistas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pra recomeçar!!


Gosto de pensar no meu aniversário como uma forma de renascimento... assim como uma fênix. E acredito, que não há nada melhor que o romantismo para se começar algo. Não quero saber o que os outros acham, afinal, ser romântico é careta demais para nossa sociedade (não confunda romantismo com posseção, perseguição, ou algo do gênero); mas sim, com aqueles sentimentos tolos que nos invadem e nos iludem, e que acima de tudo, nos fazem sentir vivos. No momento, o meu romantismo se dá aos meus amigos, as pessoas que me rodeiam, as pessoas que eu amo de verdade.

Penso, que é no dia do aniversário que devemos agradecer por tudo, pelas nossas escolhas, pelas nossas idas e vindas, nossos altos e baixos, nossos aprendizados, nossos erros, enfim, sobre a nossa vida, cada segundinho dela, cada barreira enfrentada, cada desafio que surge, e claro, cada arco-íris que vislumbramos no próximo riacho.

Para os que amo!!! Essa música - Entreolhares (Ana Carolina e John Legend)



terça-feira, 3 de novembro de 2009

Não preciso dizer mais nada

Hoje, assistindo a Ana Maria Braga, numa manhã não muito agradável, escuto essa mensagem. Acho que não preciso dizer mais nada, ela fala por si. Então, para começar uma semana na terça-feira, com uma boa chuva aqui em Santa Maria, deixo o texto para vocês:


Me chame do que quiser


Se parece ingênuo que eu acredite nas pessoas, que me chamem de tola.
Se parece impossível que eu queira ir onde ninguém conseguiu chegar, que me chamem de pretensiosa.
Se parece precipitado que eu me apaixone no primeiro momento, que me chamem de inconsequente.

Se parece imprudente que eu me arrisque num desafio, que me chamem de imatura.
Se parece inaceitável que eu mude de opinião, que me chamem de incoerente.
Se parece ousado que eu queira o prazer todos os dias, que me chamem de abusada.

Se parece insano que eu continue sonhando, que me chamem de louca.
Só não me chamem de medrosa ou de injusta. porque eu vou à luta com muita garra e muita vontade de acertar.
E foi lutando que eu perdi o medo de ser ridícula. de ser enganada. de ser mal entendida.
Perdi, na verdade, o medo de ser feliz.

Não me incomoda se as pessoas me veem de forma equivocada.
O importante mesmo é como eu me vejo...
Sem cobrança. sem culpa. sem arrependimento.
A gente perde muito tempo tentando agradar aos outros. tentando ser o que esperam de nós.
Eu sou o que sou e não peço desculpas por isso.

No meu caminho até aqui, posso não ter agradado a todo mundo, mas tomei muito cuidado para não pisar em ninguém.
Sendo assim, me chame do que quiser, eu não ligo...
Porque eu só atendo mesmo quando chamam pelo meu nome, que eu tenho o maior orgulho de carregar.

Texto: Lena Gino


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Para quem se considera um bobo

Sou escorpiano.... de novembro. Então, o mês de novembro tem algo espiritual, tem a ver com a formação do meu ser, com a minha presença neste espaço físico e tal. Ando num momento, assim, meio Clarice Lispector em alguns sentidos. Uma amiga, me alertou, dizendo que ficamos assim, quando diminuímos o nosso amor próprio. Mas eu fico com a idéia de introspecção mesmo.

E na busca de algo de Clarice para ler e ouvir, fui no you tube. Esse texto, com uma narração digna, e com um texto maravilhoso, nos encanta. E como resposta a minha amiga. "Eu sei que sou um bobo, mas um bobo louco e feliz, que mesmo fazendo um monte de burradas, eu tento ser legal e na verdade, não tento ser muito esperto. Apenas um bobo".

Oussam esse texto maravilhoso:

Olhos atentos