quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um comentário sobre férias

As férias estão no fim. Dias quentes nada parecido com o típico inverno gaúcho, e isso me preocupa. Fico a imaginar, que mesmo eu não sendo um promissor reprodutor, por N motivos; penso nas gerações futuras que poderão deixar de conhecer antigo, e tão maravilhoso inverno gaúcho.

Hoje, escrevo estas palavras vestindo apenas uma camiseta grossa. Na rua o relógio do calçadão de Santa Maria - Salvador Isaia - marca 17°C. Para mim um absurdo. Essa semana, que foi úmida, chuvosa trouxe para mim aqueles velhos pensamentos que já se encontravam escondidos junto com as bactérias que ajudam a proliferar o mofo.

Férias para mim, sempre foram sinônimos de coisas agradáveis. Quando criança adorava passear na casa dos tios e do meu avô materno. Adora mesmo. Dai cresci e as férias se tornaram algo caseiro e nada agradável. Já com a carteira de motorista ganhei um novo ânimo, infelizmente durou apenas dois anos. Hoje não vejo graça alguma.

Essa de inverno, a qual acaba esta semana, foi divertida. Recebi a visita de amigas. Comi um monte - sendo isso uma atitude nada fora do convencional; mas me diverti mesmo. A parte ruim, é que, imagino eu, como a maioria das pessoas, não consegui fazer nada nestas férias daquilo que tinha me proposto. Descansei pelo menos.

Quem sabe, todos esses pensamentos vem a cabeça, por um motivo bem mercadológico. Tudo e todos falam das suas viagens, passeios e coisas interessantes e caras que fazem no período de férias. E para quem não tem grana, como eu, coisas supérfluas. Mas tudo bem, eu supero isso.... risos

Abraços

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Levezas


O que te faz feliz? Por que te sentes feliz? Essas perguntas te incomodam?

Felicidade em seu formato de fórmula, de receita, de modelo. Seus avós são, foram felizes? Por quê? Felicidade seria um estado de coisas atrelado à geração a qual pertencemos?

Meus conceitos são diferentes dos meus avós e dos meus pais também. Mesmo assim não sei qual de nós é mais feliz ou mais triste. As escolhas e opções com as quais nos defrontamos foram/são influência do momento em que vivíamos (vivemos) e nos levaram (levam) para "auto-concepções" distintas, discrepantes do estado de ânimo "feliz". Quais de nós se arrepende? E por quê?

Quando eu souber essas respostas tudo perderá a graça, eu acho. Por agora, entendo felicidade como algo deveras abstrado e pouco (ou nada) palpável. Isso porque, ao meu ver, se eu sei dizer o que é me sentir feliz já não o sou mais. Haveria, pois, um lapso entre meu estado de um amontoado de sentimentos e de percepções e o quando tendo transcrever tal estado em palavras. E por que eu deveria dizer que estou feliz? Pra tranqüilizar alguém? Pra me sentir parte do mundo? Gosto de me SENTIR feliz, porque isso representa que ainda não desisiti, porque ainda há fôlego, porém não acho que alguém deva me fornecer "receitinhas" de felicidade.

Sem comunicação

Ontem à tarde, depois de ter passado por um sábado, digamos assim, sufocante; enquanto minhas amigas saíram para comprar leite condensado, coco ralado e creme de leite (guloseimas) para adoçar o dia, puxei a revista Super Interessante deste mês. Tudo por causa do título: Terapia Fuciona?

Essa dúvida sempre me assombrou. No início de minha adolescência, digo aos 14 para 15 anos, quando comecei a ler sobre o que era filosofia, e como se dava o pensamento filosófico - questão que não sei argumentar até o momento - comecei a pensar se era eficaz esse tipo de tratamento. Quando pequeno, minha mãe, por diversos motivos me levou a uma terapeuta. Mas a terapeuta foi morar na Itália e então parei; até gostava de ir lá. Ela dizia coisas que eu concordava, devia ser por isso.

Fui crescendo e como nunca me considerei alguém normal - num sentindo bem amplo - me sentia não pertencente aquela vida. Por vezes imaginei ser filho de um alienígena ou coisa do tipo...hahahha... Mas vivia bem. Estava acima do peso, com uma saúde razoável; como dizem: levando a vida.

Entrei pra faculdade e todos os questionamentos sobre o homem, sua existência, sua felicidade, etc., começaram a assombrar a minha cabeça quase virgem desses pensamentos. Os problemas foram se acumulando, ou apenas os enxergava cada dia maiores. Chegou um momento que a única solução foi trancar a faculdade. Até ai tudo bem, dúvidas de adolescente. Resolvi então voltar à terapia. Digo, foi um marco na minha vida.

(...)

Ao ler as páginas e os questionamentos da edição da revista, fiquei pensando, sobre uma questão chave que eles levantaram. A terapia poderia funcionar apenas porque você está falando sobre o que te incomoda independente de métodos ou qualquer outra novidade desta área. Se sua eficácia só tem haver com a conversa, isso eu não afirmo com certeza, mas que faz bem faz... recomendo.

Isso tudo pra dizer, que meu celular, desde a madrugada de hoje, não está funcionando na sua totalidade. E como nós seres quase máquinas, pois acredito que estes "aparelhos" já fazem parte de nosso corpo, não conseguimos viver quando esses estragam. Estou aqui, me indagando e quase aprisionado por não ter este vínculo com o mundo. Sinto-me sem chão. UMA SITUAÇÃO SÉRIA. Como é que deixamos chegar a esse ponto? Qual será o limite, ou já o ultrapassamos? Acho que preciso voltar à terapia, me aprofundar mais em filosofia, etc. e tal. E a vida? E as coisas normais, os amigos... AHHH, acho que como toda a sociedade hoje, prefere pagar um desconhecido para relatar a sua vida, ao invés de confiar nas pessoas próximas - isso não sou eu.

AHHH... Feliz dia do amigo atrasado para todos. Boa terapia a todos. E espero que meu celular volte a funcionar logo e conseqüentemente eu me restabeleça com o mundo de homens-máquina.

Abraços

Como futuro jornalista que sou, e por ser preocupado com a solidez da Ciência da Comunicação, e com mesmo fervor, por autenticidade do profissional DIPLOMADO em Jornalismo; entro na campanha proposta pela FENAJ. Expiem lá...

Abs

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Algo

Estava aqui pensando!!! Essa situação toda do país: a Polícia Federal prende, o ministro do STJ solta; a polícia mata inocentes; e a violência e a corrupção estão formando uma bola de neve gigantesca, dia após dia. Não sabemos o que fazer, as pessoas dizem estar em pânico.

Mas daí para e penso (como sempre). Nos notíciarios, principalmente na TV. Só vemos as pessoas dizendo que isso é uma brutalidade, que isso é injusto, que a justiça tem que ser autónoma, que os policias precisam levar em conta a vida, etc. e tal. Ué!!! Me parece, que a maioria da população pensa assim.

Agora quero entender uma coisa!? Se pensam assim, por quê isso não faz parte da atitude destas. A todo instante o que mais vemos não é o amor ao próximo, não é o respeito a autonomia das pessoas. Tudo isso é balela. Na verdade a gente só se importa com aquilo que gera impacto. No nosso dia-a-dia, somos por vezes muita mais cruéis que os polícias que mataram o menino sem motivo algum; ou muito mais corruptos que o "B..." do nosso ministro que não quer se queimar com os aliados.

Todo o tempo estamos nos aproveitando de artimanhas, de contatos, e de todas essas coisinhas que alguns preferem chamar de jeitinho brasileiro, mas que não tem nada haver. Isso é falta de maturidade social. Isso é falta de carater das pessoas. E quero deixar claro, quem diz muito perfeito, que não faz nada disso... é pura mentira. Estas podem ser as piores pessoas.

E para quem acredita no ser humano, para quem sonha com um mundo melhor; eu vejo uma solução: O AMOR. E faço uma proposta, vamos espalhar nosso amor, com nossos colegas de trabalho, nossos amigos, e para todos que estiverem ao nosso redor. Quem sabe não mudará o mundo, mas melhorará a vida destas pessoas e muita mais, a sua; a nossa.

Abraços

domingo, 13 de julho de 2008

Luiza Kettermann

Até que ponto o que eu penso vem de mim mesma? Até que ponto minhas idéias são realmente minhas? Essas inquietações me vieram depois de ouvir Raul Seixas e assistir o filme “Não estou lá” sobre as faces de Bob Dylan.

Inquietando-me com a possível não autenticidade dos meus pensamentos e das minhas idéias resolvi adotar a alcunha de Luíza Kettermann para me identificar aqui. O sobrenome é da família de minha avó materna e sempre quis tê-lo em meu nome.


Antes da “Luíza Kettermann” eu sou uma mestranda em desenvolvimento econômico, na UNICAMP. Economista apaixonada pela profissão, ferrenha defensora da transdisciplinaridade.


Quadro de Amadeo de Sousa Cardoso

“Experimente lutar contra as paixões”


Li essa frase num livro do Dostoiévski e várias pensamentos me apossaram. Na realidade, lembrei de coisas que sempre ouvi quando deixava a ideologia tomar conta das minhas falas, quando perdia a lucidez por conta do que eu acreditava, ou melhor, quando a paixão falava pela minha razão. Nessas ocasiões era comum ouvir: “você pensa assim agora, mas quando terminar a faculdade vai mudar de idéia.” Para completar, sempre citavam exemplos de amigos que na juventude eram ditos “revolucionários”e com o passar dos anos teriam se “vendido”. Como se ideologia fosse própria da juventude e daqueles que apenas estudam. Como se “revolucionário” fosse sinônimo de ilusionismo, de fantasia e, até, de imbecilidade.

Como se ideologia fosse mera paixão e não pudesse ser materializada, não fosse plausível. Como se as pessoas que se deixam tomar pela ideologia, automaticamente, incapacitassem-se de agir racionalmente e com bases realísticas. Há um punhado de argumentos para desmoronar os alicerces de quem faz o que acredita, de quem age por princípios, de quem tem a tal da ideologia.

Mas, “experimente lutar contra as paixões”... Aliás, por que elas seriam irracionais? E por que ideologia não pode ser factível? Também há exemplos de pessoas exitosas no seguimento de seus ideais.

Isso ficará para os próximos “posts”nesse adorável blog.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Confusão de palavras e pensamentos

Estou a falar com um amigo na internet. Coisa do nosso tempo. Onde as relações deixaram de ser cara-a-cara. Tudo passa por uma rede, por um sistema. Nós mesmos funcionamos de arcodo com o sistema de nossos amigos, de nossa família, do nosso trabalho. Para mim, é aqui que está toda a problemática das minhas angístias e dos meus medos.

As pessoas, de modo geral, e falo aqui, a maioria, estão sendo coniventes com isso. Quer dizer, tudo está de acordo com a empresa que trabalho. O telefone tem que ser o da empresa. A roupa precisa ser da empresa, os horários de acordo com a empresa... etc... A famíla, nem se fale. Eles querem tudo de acordo com seus costumes, e quem sair disso, está ferrado. É considerado, como diria a nossa gloriosa Rita Lee, A Ovelha Negra da Família.....

No outro lado, deixamos - me tiro disso, mas uso este verbo para expressar a sociedade como toda - de lado e nos costumamos com essas maneiras globalizadas de viver. Quer dizer, relacionamento sério, nunca é sério. Alguns até casam, vão morar juntos, mas continuam a afirmar que 'cavalo atado também pasta'.

As pessoas querem sexo, querem carinho, estão totalmente carentes. Poucos amigos, quase nenhuma relação de amizade a não ser as bebedeiras nas baladas e por aí vai. E por falar em bebedeiras!? Estava escutando hoje, o Jornal do Almoço da RBSTV, onde mostravam as maneiras de continuar se divertindo nas casas noturnas da serra gaúcha. Quer dizer, a repórter considerou possível o divertimento apenas com o uso de álcool.

Como todas essas questões, que tentei abordar, a grande problemática toda é a nossa relação de contuda nessa nova sociedade, onde somos - e aqui me coloco - os fantoches. Não somos sujeitos e nem se quer cidadãos. Somos aquilo que é moda. Aquilo que nos dizem fazer bem. E bebemos, e bebemos muito, pra tentar em minutos algo que nunca conseguimos fazer: ser nós mesmos.

Abraços

Para que serve um pai?


Para que serve um pai? Mãe todos sabemos da sua importância em nossa gestação, em nossa amamentação, em nossa formação. Constrói-se uma cumplicidade mãe-filho desde sempre. O cordão umbilical, as emoções compartilhadas ainda nos tempos de placenta. Mas e com o nosso pai? Tudo bem que o espermatozóide seja primordial para nossa concepção e até para definição do nosso sexo. Nesse emaranhado de determinismo, dado não escolhermos nossos pais, tampouco nosso sexo e toda a coisa da genética, o que representa afetivamente um pai?

Na minha educação, no meu crescer a função da minha mãe e da minha vó encobriu a do meu pai como se afastá-lo de mim seria o castigo por ele não ter me gestado por nove meses, por não ter padecido das dores sofríveis do parto, por não ter me amamentado. Não formamos vínculo na infância. Fomos estranhos por anos. Eu sabia que deveria amá-lo porque ele era meu pai e sabia exatamente a função dele na família: arcar com as despesas.

A mim sempre pareceu que ele não poderia me amar, afinal, eu não saí dele, poucas vezes tivemos oportunidade de ficarmos juntos tamanha a minha necessidade de estar junto da minha fada madrinha – minha mãe.

Essa divisão de tarefas familiares me afastou sobremodo de meu pai. Agora vejo que ele não é o senhor do lar, aquele que paga as contas e que me sustenta. Antes de ser meu pai, ele é um homem, uma pessoa e, por isso mesmo, os anos me mostraram que ele pode ser meu amigo, que naquele emaranhado de determinismo genético minha personalidade é afim a dele e que podemos recompensar os laços que nos foram tirados na infância.

O blog de cara nova

A partir de hoje, e isso é um compromisso; o blog: Arte e Comunicação vai receber a colocaboração de amigos ilustres. Intelectuais da nova geração. Iremos falar de coisas da vida.... coisas sobre nós... coisas que achamos importantes.

Ahh.... e é bom lembrar, que COISAS, para nós significam fatos. Então, não deixe de conferir nossas divagações, nossas críticas, e nossas quaisquer coisas....

Um grande abraço

Olhos atentos