sexta-feira, 27 de março de 2009

Superficial

Sei que a sociedade busca a todo instante uma maneira científica para explicar as coisas. No início se criavam mitos, lendas, histórias sobre a vida dos deuses. Hoje esse papel foi absorvido pelas ciências.

No entanto, alguns estudos, ainda que superficiais levam há algum tempo, a termos pistas que o caminho para a orientação sexual seja a maneira como nosso cérebro funciona. Essas pesquisas estão acontecendo no mundo todo. No site da revista Época podemos encontrar uma matéria sobre o assunto, uma pesquisa desenvolvida na Inglaterra. O interessante é que eles disponibilizam um teste interativo (muito legal) para você fazer. Vá até lá e descubra se seu cérebro tem tendências femininas ou masculinas. A dica é não ler a matéria antes de realizar o texto, para isto, precisa descer um pouco a página.

Faça o teste - clique aqui!. Bom teste! (deixem seus comentários)

Direito de Expressão

Sabe como são os tempos pós-modernos. Uma amiga zapiou, depois mandou o link por msn e por depoimento e eu cliquei, li, comentei e depois publiquei no meu blog. Parece simples, mas passamos o tempo todo fazendo isso e nem nos damos conta. Mas, chega de tanto falar.


Ela encontrou no blog do Rodrigo Lopes no clickrbs, essa postagem sobre o protesto contra as declarações do Papa Bento XVI na Àfrica contra a camisinha. Gostaria muito que vocês fossem até lá (blog) e lessem..

Abraços... podem opinar por aqui também.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Os nossos dias

África (24/03/2009)
ONG sul-africana Triangle denuncia uma séria de assassinatos bárbaros a lésbicas daquele país. Os crimes são motivados, além de homofobia, o machismo. Os algozes acham que elas precisam aprender a gostar de homem. Por isso, a prática do estupro. Pior do que isso são as mortes e mutilações nos órgãos sexuais das vítimas. A última delas tinha 19 anos e se chamava Sibongile Mphelo. Ela foi violada, teve os genitais mutilados e morta com três tiros na Cidade do Cabo. Já na cidade Joanesburgo, a jogadora da seleção de futebol da África do Sul Eudy Simelane, foi vitimada nas mesmas circunstâncias. A diferença é que foi morta com cerca de 25 facadas.

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Horror? Quem sabe. Todo o dia, atrocidades são cometidas em vista a uma cultura em que o que você acredita ser o certo, ou o que te disseram ser certo precisa ser imposto a todos os que não concordam e não tem o mesmo posicionamento que o seu. Ser gay, lésbica talvez seja apenas um dos exemplos disso. Muitas vezes criticamos movimentos sociais, grupos ou tribos urbanas, por puro preconceito, por analisar superficialmente estas situações. Mas daí, ir até lá e impor a nossa forma de viver e de agir, é bem outra coisa.

Não precisamos pensar muito, para perceber o quanto estamos ainda influenciados por isso no nosso ocidente. O melhor exemplo é o tão sonhado mundo do capitalismo construído e bem decorado pelos Estados Unidos. O tal sonho americano, mesmo em crise, ainda faz parte de toda uma geração pós-guerra, que acreditou ser aquele o estilo de vida correto, justo e pior, que estaria desenhado por Deus, já que se descarta as existência de outros deuses neste planinho.

Se nós perguntarmos ainda mais, vamos ver que os americanos, assim como se chamam, mesmo eu acreditar que somos pertencentes à América e, então, somos também americanos; teriam as melhores condições para serem contra os preconceitos, afinal tem incentivos para tudo, educação, lazer, cultura. O que lhes falta? Quem sabe o que também faltou no povo sul-africano e falta todos os dias em nossas relações, pessoais, profissionais e até mesmo no convívio conosco mesmo, o tão esquecido bom senso. Aquele da racionalidade difundida pelos filósofos, do pensamento antes das ações.

Barbaridades sempre irão acontecer, e o grande problema disso, é que nos acostumamos com elas, deixamos elas de lado, dizemos abertamente que fazem parte de nossa vida, e elas simplesmente tomam conta de quem somos. Hoje matam lésbicas na África e um ou outro site publica, mas enquanto eu escrevo isso tem um gay sendo violentado numa favela, num subúrbio, pelos vizinhos e com certeza, dentro de um shopping ou numa mansão de luxo. A pequena diferença é que se essas vítimas fossem "héteros" haveria muitas publicações e debates sobre isso. O caso Isabela comoveu montanhas de reportagens, afinal era uma criança classe média alta, agora aos pobres e ainda mais, gays excluídos, sejam eles da onde são, há o esquecimento, há o afastamento. Ninguém quer saber, é melhor assim.

Obrigado!
Somente quero deixar registrado algo que ouvi ontem no Saia Justa. A Mônica falou que quando Clodoviu apresentava A Tarde é Sua pela RedeTV confessou a ela que dificilmente as pessoas gostavam que ele lesse os e-mails de agradecimento ou algo do tipo que pudesse se vincular a ele. As pessoas iluminadas como ele, que sofreram muito mais do que sofremos hoje, merecem muito mais que nosso respeito. Muito obrigado Clodovil!

quarta-feira, 25 de março de 2009

E que venha os amores

Será que existe um ponto em que o ser humano pode dizer chega ao sofrimento causado por um grande amor? Por que nos referenciamos num determinado relacionamento, na maioria das vezes o primeiro ou o que mais nos fez sofrer? Quais são as explicações para tudo isso?

Necessariamente não tenho noção. E são estas as contradições que me fazem perceber o quanto precisamos refletir, e não pensar em demasia, sobre o porquê dessas nossas atitudes tolas, lindas e que podem nos emocionar quando expressas pela arte. Eu falei, estou estremamente contraditório, meus pensamentos estão se entrelaçando em nós confusos. Tudo isso, pois ao ver o filme: O leitor, de Stephen Daldry (2008) percebo o quanto somos movidos por aquilo que amamos. E não me diga que você ama o seu trabalho, ou seu amor é pela família. Isso são desculpas usadas como tentativa para nos enganar, e ponto final. Somos movidos sim, por algo que amamos um dia, ou que estamos em busca. Alguns infelizmente se movem pelo desejo de vingar uma decepção, outros apenas pelo ódio que construiram dentro de si depois do fim de um relacionamento.

É isso que move o mundo. Se pararmos e analisarmos a história como um todo, sempre encontraremos o homem demostrando aquilo que ama, deseja, odeia, enfim, todos os seus sentimentos são revelados por meio de suas atitudes. A arte, felizmente, é a melhor maneira de expressar esses amores e desamores sem destruir a nós e aos próximos.

Abraços


Recado: O blog está numa fase de calmaria, mas, prometo não se estender muito.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Mais filmes brasileiros

Agora em abril, será lançado o filme "Divã". Protagonizado por Lília Cabral, que é uma mulher de 40 anos e que entra em crise. Aquela comum a todos. No entanto, procura um psicanalista e começa a preceber que não está satifeita com a sua vida, que não atrai ninguém e que seu casamento é desanimador. Acho que é um boa produção com uma história divertida.
Confiram:



terça-feira, 10 de março de 2009

O cotidiano do Gay

O programa Conexões Urbanas do Multishow desta semana, mostra um pouco do esquecido mundo gay, o gay que é duplamente, ou melhor, sem definições de vezes marginalizado: o gay da favela. É apenas um exemplo, mas nos faz pensar nos tantos e tantos outros marginalizados, que não lembramos de colocá-los em nossa discussão e ficamos somente com o discurso de classe média.

Assistam alguns trechos:








sexta-feira, 6 de março de 2009

O que lhe causa ver essa foto?



Você pertencente da classe instruída, abastada, da classe que se alimenta saudavelmente e que se não o faz dessa forma é porque não o quer. Da classe que determina padrões de consumo dos alimentos, que se dá ao luxo de fazer dietas. Como você se sente ao ver uma foto assim?

Será que por alguns minutos nos seria possível compartilhar com essa criança o sofrimento que a fome provoca? Por meio de fotografias como essa seria possível a união entre pessoas de boa vontade, preocupadas em ajudar o próximo?

Se você digitar “fome” no Google-Imagens, muitas fotos como essa abocanharão suas retinas, causando-lhe repugnância, raiva, compaixão. Certamente, por alguns minutos, você pensará em ajudar o próximo. Possivelmente isso seja intuitivo, instintivo. Você, por um acaso, se perguntaria sobre o que causa situações como essas? Um quadro como esse requer um pensar crítico, uma ação consciente e não puramente motivada pela compaixão. É mais fácil decidirmos doar alimentos, engajar-nos em movimentos do que nos imiscuirmos a um problema como esse. Qual o sentido de nós, pessoas bem alimentadas, nos atirarmos em campanhas contra a fome se sequer sabemos o que é a fome?

Doação de alimentos, mesmo que sob a melhor das intenções, pode ser um ato de imposição. O país dessa criança da foto tem a sua cultura, tem os seus hábitos alimentares, caso doassemos arroz/feijão e similares, estaríamos respeitando isso? A fome aprisiona e doar alimentos não necessariamente liberta.

Se a legenda fosse outra, mudaria algo pra você?

quinta-feira, 5 de março de 2009

O outro que instiga

Depois de várias e desgastantes tentativas para baixar o filme, ou melhor seria, alugá-lo (até nisso para os gays é mais difícil... heheeh), consegui assistir hoje de noite (4/03/2009) a comédia canadense Breakfast With Scot.

O filme, como já disse, é de temática gay. Mas é uma comédia, e por incrível que pareça, acho que é a melhor maneira de falar sobre esse tema tão complicado para a nossa sociedade, a temática gay. Vide o filme americano de sucesso Eu vos declaro marido e Larry, que fez muito sucesso e não é como Brokeback Mountain, que tem por intenção chocar. Marido e Larry é divertido, sutil nas questões de preconceito e problematiza a sociedade como um todo. Já no canadense, país em que não há problemas na legislação pelo menos, com a discriminação homoafetiva, os personagens de Breakfast With Scot, o casal Sam e Eric é que estão providos de muito preconceito. Com a chegada de Scot, enteado do irmão de Sam, o casal gay precisa se reconstruir. As coisas não foram fáceis e para verificar convido a assistir esse filme que tem um livro com o mesmo nome.

No entanto, o meu papel aqui é me perguntar por que esse preconceito todo que o casal teima em conservar dentro deles. Se estivéssemos no Brasil, se fossem pessoas desprivilegiadas, ou enfim; no caso Sam e Eric são casados, vivem numa casa maravilhosa e desfrutam do bom e do melhor. Têm toda a estrutura para se sentirem livres, mas só com a figura exótica do personagem Scot conseguem se desvencilhar das amarras do medo de ser gay.

Quantos, no Brasil, no mundo ainda sofrem com isso? Quanto tempo, eu mesmo, suportei viver nessa de saber o que sou e negar fortemente? Assim não fazemos ninguém feliz, e muito menos nos tornamos felizes. Se o que falta em nossos dias é o altruísmo, eu diria que em primeiro plano nos falta decência por nossa parte de nos olharmos no espelho e mesmo não sabendo quem somos ou o que queremos, dizer, eu sou assim, e pronto. Melhoraríamos com certeza a nossa vida e, por conseguinte, faríamos mais pelos demais.

Deixo para vocês o trailer do filme - pena que está sem legenda.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Um brinde aos hermanos

UFA!!! A América Latina finalmente entra, no que prefiro dizer, evolução dos Direitos Humanos. Neste final de semana, segundo a agência de notícias BBC Brasil, entrou em vigor na Argentina uma lei que descriminaliza a homossexualidade nas Forças Armadas. Outra mudança na legislação militar do nosso vizinho com a romântica língua castelhana, é que os julgamentos dos militares passa a ser feito pela Justiça comum e não mais pela Justiça Militar.

Essa evolução de uma legislação que vigorava desde 1951 e que se espelha em muitos países da Europa, demonstra uma preocupação dos poderes políticos desse país para com a liberdade, a democracia e acima de tudo a justiça como uma ferramenta de combate a diferença social e contra um sistema elitista.

Claro que decretos não mudam as atitudes, a cultura, mas, são as pessoas que fazem a diferença - uma adaptação um tanto chula do dito de Albert Einstein. No entanto, essas oportunidades calcadas em leis podem permitir pequenas mudanças; e, para evoluirmos não precisamos de grandes guerras, mas pequenas revoluções em nosso dia-a-dia.

Gostaria de parabenizar nossos vizinhos, primeiro, pela coragem e segundo, pela dignidade de colocar uma lei como esta em vigor. Claro que isso não deve significar que os militares poderão ter relacionamentos sexuais, sejam eles homo ou hétero dentro das dependências militares como li infelizmente uma comparação com a legislação brasileira que proíbe atitudes como estas dentro dos quartéis ou durante atividades militares. Enfim, comparação infeliz, porém válida, para lembrar que nosso país necessita de mudanças, vide o caso dos sargentos Laci Marinho de Araújo e Fernando de Alcântara de Figueiredo, que veio a público ano passado e não teve um desdobramento convencedor por nenhuma das partes.

O que mais desejo é que isso mude, no entanto, o nosso poder esta restrito ao voto, a escolha de quem nos representa e, portanto, precisaremos esperar para 2010. Mas pelo que vejo, falta muito para que nosso país entre nessa de direitos iguais.

Olhos atentos