sábado, 31 de outubro de 2009

Antes que chegue o meu doce novembro

Os últimos segundos de outubro, os últimos instantes do tão mal cultuado Dia das Bruxas no Rio Grande do Sul. Um dia de calor terrível em que todas as partes vivas e não tão vivas do meu corpo suam, exalam cheiro proveniente da mistura de milhões bactérias que se proliveram com altas temperaturas, ainda mais, contando com esse abafamento comum de Santa Maria.

E são nesses dias de muito calor, muito cansativos, em que se mistura o estado físico com aquilo que se acredita - no caso as sensações do Dia das Bruxas - que paramos para refletir sobre a nossa vida. Você deve estar pensando, esse louco, vive refletindo sobre a vida, afinal o que é um blog - no caso do meu pelo menos - uma ferramenta para a reflexão, um lugar para jogar coisas que não se quer mais, ou àquelas a que se quer dar mais atenção. Mas digo, que parei hoje, e especificamente, neste momento, em que parei para escrever, para pensar sobre o limiar, a corda bamba que é a nossa vida.

E relembrando uma crônica de Lia Luft em que ela resgata o seu primeiro contato com a morte, que foi com uma ave que morreu e ficou caída no pátio de casa e por horas ficou acarriciando-a para tentar proteger, quando de repente vieram lhe dizer que a mesma estava morta. Depois foi a morte de um amigo da rua, mais tarde dos avós, e, segundo ela, a maior aproximação que temos da morte, é quando o véu sombrio passa pelos nossos olhos, mesmo que distante. É nesse momento que sentimos a existência da fronteira, que separa a vida da morte.

É chato, é estranho, e tudo o mais, ficar falando de morte. Dizem, que devemos deixar isso de lado, apenas falar das coisas da vida, porém, hoje é um dia especial para isso, para pensar nas questões que precisamos resolver, precisamos nos focar, ou as coisas que simplesmente devemos abandonar, afinal, o Dia das Bruxas é o dia para nos voltarmos a nossa natureza, a nossa existência, as nossas origens, e melhor respeitar os limites de nosso corpo e de nossa alma.

Ainda faltam alguns segundos para começar novembro, e que de amanhã em diante, eu respeite mais os meus limites, me ame mais, e me faça mais feliz. Quero que essa madrugada seja responsável pelo rito de passagem de uma visão de mundo para outra... E espero que cada um, assim, como no Natal e Ano Novo, renove votos no final deste dia.

Grande abraço!!! Deixo para vocês o trailer do filme "Doce Novembro", que trabalha exatamente com isso, com os modos de enfrentar essa fronteira, entre a vida e a morte. Para quem não assistiu, eu indico que vá rapidamente a locadora mais próxima e veja, mais de uma vez, e pense o que seria o seu doce novembro?!


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Iniciativa bacana



Procurando notícias do mundo LGBT como a militância prefere utilizar - sou redimensionado a um site desconhecido. A princípio, é o que mais acontece, e se tratando desse assunto, geralmente para um site com material erótico, tudo bem, sem problemas também. Mas dessa vez, me deparo com o site Maringay.

Bah!!! Primeiro adorei o nome, e logo pensei, tem ligação com a cidade de Maringá no Paraná. E dito e feito. No site, procurei por informações, não encontrei se pertence a uma ONG, a um grupo de militância, enfim, ele é bem produzido, bem interessante, e o mais legal, reúne informações que encontramos em outros sites de notícias especializadas em LGBT.

Entretanto, tem algo que me chamou atenção por demais. Dois banners publicitários inseridos no site. Utilizando jargões: "ameiiiiiiiii"; com sinceridade digo que achei o trabalho muito bem feito e estou louco pra perguntar pro pessoal de Maringá se estes banners aparecem na cidade no formato de outdoors ou cartazes. Criativos, informativos, e inclusivos. Esta idéia deveria ser abraçada pelos governos, principalmente pelo federal, a o banner tem a melhor ideia e deveria ganhar um prêmio de melhor frase contra a homofobia: "Alguns maringaenses são gays. Supere isso". Está mais do que na hora do povo todo superar isso.

Abraços!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

E o nosso amor???

Tem aquela história: "não vá atrás das borboletas, apenas cuide do seu jardim". E outras mil com o mesmo sentido. Mas não consigo concordar com essa estaticidade, deixa eu explicar, não gosto de dizer que se está esperando por algo, quer dizer, parece-me submisso demais. Afinal, tudo gira em torno do amor? Que busca é essa, que os que acompanhados estão passam reclamando e os solitários passam o tempo buscando se acompanhar?

Já devo ter falado aqui, de um filme maravilhoso, o "Sob sol de Toscana". Uma amiga acha muito chato este longa, pois considera o papel principal, a mulher, sem atitude. Fico pensando, as vezes não nos parecemos com ela? Será que há mais dias nublados do que ensolarados?

É respostas para tudo não temos, e utilizando de jargões publicitários, 'o mundo é feito de perguntas', e tudo volta a filosofia. E quem sabe nesses pequenos ditados populares (que eu sempre confundo, claro) deve estar inserido uma grande cultura ou experiência popular. No filme, o ditado conta a história dos trilhos do trem que foram assentados antes mesmo de saberem que iria passar o trem por aí. Então, precisamos assentar os trilhos, deixar tudo pronto, estarmos bem conosco mesmo, e se um dia, tiver trem, que passe.

Assim, precisamos requerir de nós mesmos o amor próprio. Algo tão trabalhoso, cansativo, pois estamos aí, o tempo todo do nosso lado, mas não nos damos conta. Sofrer ou ser feliz por nós mesmos é difícil. Quanto melhor não é depositar no outro os motivos que nos deixam bem, depositar no outro a culpa da nossa infelicidade? A busca do outro, não é apenas para a contemplação, mas muito mais, para poder ter um motivo cabível de lamúrias.

Na tentativa de dar um rumo ao texto, deixo para vocês um poema maravilhoso que fala de amor, e seu título já diz tudo. Com vocês.... Maria Bethânia.


domingo, 25 de outubro de 2009

“Aos bons amores que por mim passaram…”

Hum, e existiriam maus amores?

Quando nos deixamos sentir, mais, quando permitimos que outra pessoa entre em nossa vida, incorremos em muitos riscos. Há aqueles que os enfrentam, há aqueles que fogem e aqueles que ficam numa mistura da fuga com a entrega. Mais, há quem nem deixe pele, respiração, olfato, transpiração se exaltarem por quaisquer sentidos de outrem.

Arriscar-se não é para qualquer um, mas sofrer por um ‘mau amor’ e, principalmente, superá-lo é mais difícil ainda. No contexto, para alguns, há aquela cobrança burguesa, conservadora, familiar de encontrar a cara metade. Quiçá, o melhor seja a busca... Amores que se iniciam – e com eles toda aquela história que muitas vezes é mais do mesmo, mas sempre é exuberante em ânimo e força de sentimentos – para depois se findar – carregando toda aquela mesma história de sempre de lágrimas, lenços, amigos preocupados, ombros oferecidos, porres desafiantes de fígados já (ou não) sôfregos, ligações confusas com lamentos e lamúrias sem chances de evoluíram para abraços e sorrisos de reconquista – transcendem a dor da perda e lamentações do tipo ‘porque eu fui me apaixonar por ele(a)?

E isso, somente o tempo mostra. Como diria o poeta ‘tempo é mercúrio cromo’. Tudo se ajeita. Isso é quase que uma lei de sobrevivência e de superação nessa selva de amores partidos, urbanos, rápidos, fugazes. Bom seria aprendermos a essência de se deixar ir e se permitir voltar pra nós mesmos...

Como diria Vinícius de Moraes:

“Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada não

Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão”


Mas há quem diga que ‘amar é um jogo de perder’... Se fosse de ganhar, seria melhor?

*Faço a minha contruibuição, do texto da minha amada Luiza, que ficou descançando num sono profundo, mas agitado, e retorna com suas belas palavras.... deixo a música que está presente no texto... vale a pena prestar atenção nesta letra... e viva aos amores. Obrigado Luiza... espero te ver sempre por aqui!


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tentando descrever a felicidade

Já falei aqui do filme "Minha vida em ruínas" e hoje tive a oportunidade de assistí-lo. Minha amiga de início disse que ficou confusa com as falas, acho que por elas serem muitas e em rítmo acelerado. Eu, ao contrário, adorei desdo do início. Primeiro, aquele cenário da Grécia que tanto sonho em conhecer, depois a atriz maravilhosa, e com certeza, a leveza dos diálogos que o torna engraçado, mas sem deixar de fazer um papel de instigador.

A história da moça, Georgia, que perdeu o seu kefi (termo grego equivalente a entusiasmo) nos leva a filosofar - afinal é um filme que tem como parte do elenco a Grécia. De parar um pouco e questionar exatamente o que queremos. No filme, como em toda comédia romântica, o alvo é o amor, mas me pergunto, se por vezes não deixamos o nosso entusiamo de lado em todos os sentidos. Com os amigos, com as coisas que nos rodeiam, e principalmente, com a nossa vida, esquecendo que podemos ser felicidades da nossa forma, com o nosso jeito.

Tentamos de certo modo, nos adequar aquela felicidade receitada que podemos comprar nas farmácias, por meio de cirurgias de correção, ou até de roupas novas e de bens de luxo. Hoje, verificando as frases que seguem os nicks no msn - sempre gosto de ler dos meus amigos - uma amiga escreveu que desistiu da felicidade, e isso a tornava feliz, por saber que não precisa de mais nada.

Vi aquilo de manhã e tive que esperar o dia terminar, jantar e assistir um filme com uma amiga, e falar durante este tempo sobre alguns poblemas, para perceber o quão sensata é esta afirmação. Afinal, o pior da busca da felicidade, são os parâmetros que adotamos, seja por influência da sociedade, do sistema, da mídia, mas sobretudo, por acharmos que os outros são mais felizes, satisfeitos e sem problemas do que nós. Na verdade, a felicidade deve ser esse bem-estar conosco mesmo, e não quero aqui confundir essa tranquilidade do ser com a desistência em sonhar alto, e buscar seus objetivos. Porém que esse progredir não seja o principal, não seja o que nos mova, ao contrário das teorias propostas, acredito que devemos seguir em frente simplesmente por querermos desfrutar do que somos, do que jeitinho que somos, com nossas peculiaridades e nossas fraquezas.

Desses momentos em que falo sobre felicidade, deixo afirmado aqui, que apenas sei falar, sei expor alguns dos meus pensamentos sobre, mas que a felicidade, assim como todos os sentimentos que envolvem o ser humano, são difícies de entender, de explicar.... assim, como tudo na vida.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Me avisaram... mesmo assim..... valeu!!!

Sempre me disseram para ter cuidado com o que se deseja. Sempre me disseram que as coisas tem uma medida, que não é legal exagerar. Sempre me disseram para cuidar de mim mesmo, pois ninguém cuidaria. Nostalgia, conselhos, ou simplesmente verdades. Todas essas colocações se tornam muito presentes quando nos deparamos com algum problema. E não digo, problemas corriqueiros, cotidianos, financeiros. Quando nos deparamos com algo que nos assusta, que nos deixa acoados.

Uma sábia amiga uma vez me disse que devemos sempre cantar: "não somatize, não somatize". Eu acho que esqueci disso, afinal, não sou muito de seguir regras, conselhos, e enfim, não faz parte do meu show viver dentro daquilo que é considerado normal. O que eu me esqueci, que tudo tem conseqüências, seja a tal "normalidade" e todas as suas perversões enrustidas, ou seja a libertinagem e todas as mazelas que o ser humano pode chegar. Claro, que a princípio eu não exagerei a tal ponto, de me desintegrar, mas o suficiente a fazer um bom estranho, seja fisicamente, e pior ainda, mentalmente.

Não acho legal começar uma frase negativamente, e nem fazer um texto assim. Simplesmente tomo essa decição, por me determinar, que desta semana em diante, vou escutar mais o meu coração, viver mais de acordo com aquilo que acredito, tendo como parâmetro a minha qualidade de vida, o meu bem-estar. Cansei um pouco de ser uma figura divertida e simpática; também não quero me tornar alguém sexo, sério e projetista do meu futuro. Apenas quero viver mais leve, sem culpa, mas tendo em mente que o que faço terá uma resposta no futuro.

Para as coisas ruins que fazemos, para as coisas boas que deixamos de lado, e como despedida de uma fase em que fiz os meus principais alicerces, deixo uma música!!!


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Uma musica para relembrar!!!

Enquanto desfruto do feriadão do dia das crianças, que na verdade é em homenagem a Nossa Senhora de Aparecida.... aproveito para relembrar algumas coisas... e nada melhor do que a música a seguir!!!

sábado, 3 de outubro de 2009

Mesmo assim "Eu adorei"

Tem coisas que a gente só entende quando mora no interior. No meu caso, sempre morei em cidades do interior. Digo isso, pois um fato de ontem afirma ainda mais algumas convicções. Primeiramente, fiquei sabendo do show da Pitty em Santa Maria apenas ao meio-dia, no Jornal do Almoço da RBSTV. O curioso, não sei o porquê, é que o show era uma promoção da rádio Atlândida que pertence ao grupo RBS aqui do Rio Grande do Sul, e não houve anúncios antes de quarta-feira dessa semana.

Quer dizer, trazer a Pitty na cidade deveria ser algo um tanto melhor produzido. Infelizmente, e isso me indignou, preciso dizer que a equipe de produção da turnê patrocinada pela Pepsi é falha, e segundo, que o grupo RBS não fez menor esforço para compensar o problema da produção.

Não quero saber os motivos ou os fatos que fizeram que o show não fosse divulgado, mas penso, que enquanto grupo de mídia a RBS fez um dos piores eventos, pois não fez jus ao seu nome e pior, desrespeitou a artista baiana de grande musicalidade e ainda mais, o público ouvinte da Pitty, que também ouve a rádio Atlântida e, portanto, consome os produtos/festas dessa.

Enfim, a Pitty estava maravilhosa, mesmo com um público muitíssimo pequeno. Eu como fã, pude apreciar de muito perto a sua desenvoltura no palco, e comprovei fortemente a grande artista que ela é, e o que ela representa para o cenário da música brasileira. Desconsidero as críticas que o seu rock é apenas comercial, e falo mais, considero suas canções uma nova forma de expressão do rock no Brasil, digamos assim, o rock de volta as suas origens, com letras que evidenciam problemas. Outrora eram questões de estados e de liberdade de grupos sociais, e hoje, a Pitty aborda as questões que cercam o ser humano e seu convívio.

Alguns até dizem que divago demais ao fazer tais afirmações. Tanto que era o meu desejo fazer uma entrevista com ela ontem a noite, e graças ao produtor da turnê e o pessoal da rádio Atlântida não consegi tal proeza, já que gostaria de conversar com ela sobre isso. Considero-a a Clarice Lispector do rock, e gostaria aqui, de me estender com as percepções dela, que com certeza ficará para uma próxima oportunidade, para um novo show maravilhoso.

Para terminar, pulei a noite toda, gritei as letras das músicas e me emocionei quando ela tocou "Equalize", e vou deixar essa música pra vocês e a "Me adora", música do novo álbum.




quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A gente nunca esquece!!!

Vocês já ouviram falar que devemos beijar, amar, e mais um monte de coisas como se fosse sempre a primeira e a última vez? Dizemos isso, pois acreditamos que a primeira e a última vez são marcantes. E me refiro no caso de paixões que deixam de lado sofrimentos. Não que obrigatoriamente essas paixões são calcadas apenas no prazer, pois assim, iria contra aquilo que ainda acredito. Mesmo não querendo, mesmo dizendo não estarmos disponíveis, mesmo colocando mil impecilhos materiais e imaginários, nós sempre estamos querendo algo que envolva carinho, afeto, e por que não dizer, um relacionamento estável.

E é nesse congruado em que se mistura aquilo que achamos que queremos e aquilo que verdadeiramente desejamos, que mitificamos o primeiro beijo. Eu creio piamente que o primeiro beijo diz tudo. Ahhh!!! Sei que muitos beijos ruins de cara se tornaram maravilhosos num outro pôr-do-sol. Mas como diz Drummond, se o primeiro beijo for bom, não pense duas vezes, não largue, agarre com todas as suas forças.

Os versos do poema são um tanto diferentes, a minha interpretação é essa, e quem sabe até minha filosofia de vida. Não quero julgar essa percepção que faço, essa mística que incorporo no beijo, nos meus romances. No entanto, não posso deixar de dizer, que o primeiro beijo, o último beijo, a gente nunca esquece.

Esse post é para alguém, que tive a honra de já ter tido o primeiro e o último beijo.

Para contemplar essa minha séria musical, digamos assim, deixo uma dica para vocês.


Olhos atentos