terça-feira, 21 de dezembro de 2010

De passos em passos

Graças ao bom senso... ou alguma divindade... como preferires!; o assunto homofobia não pára de ser manchete na televisão (uma novidade) e na mídia em geral. No passado, nada distante e ainda existente, os personagens gays e os assuntos relacionados as diferentes orientações sexuais eram tratados com um certo distanciamento da problemática real que o assunto deve/precisa trazer.

É fato, e muito mais conveniente ridicularizar os gays em programas de humor, tornar o ser gay algo ligado a uma aberração. Quem não acha graça??? Eu mesmo, confesso, rendo-me aos risos provocados por tais personagens. Isso não seria problema algum se nossa sociedade já tivesse formulado uma opinião por meio de uma visão global e humanitária sobre o assunto e a paródia do gay fosse apenas motivo de diversão. No entanto, atrás desses risos todos há muito preconceito velado, há muita reafirmação daquela crendice que a heteressexualidade é algo divino, algo essencial e portanto, qualquer coisa diferente, que vá contra, é errado.

Fico feliz com as mudanças ocorridas em 2010 sobre essa questão. E alguns podem dizer que estou exagerando possitivamente, mas prefiro que seja assim. Primeiro temos o boom do Big Brother Brasil 10 com o Serginho, Dicesar e Morango. Que ganharam destaque na telinha e digamos, que tornou moda o estilo gay. Com eles vieram muitas caricaturas televisivas, mas esta análise não é necessária neste momento. Acontece que diferentemente de outros gays assumidos que surgiram em reality shows, estes continuam com seus espaços na mídia, seja em programas sejam em notícias de 'celebridades'. Depois e podemos dizer, com maior relevância, já que foi sucesso midiático no mundo, o porto riquenho Rick Mártin resolveu assumir algo já sabido por quase todos.

No entanto, essa ASSUMIR de Rick Mártin é muito mais que uma atitude pessoal, é um sim contra o preconceito e o medo de ser feliz. É um sim para a luta, para dar a cara para bater. É um sim contra a homofobia e um sim a favor da diversidade e das individualidades numa questão ampla. Claro que sempre esses personagens 'ídolos midiáticos' ao se assumirem podem gerar conflitos sociais. E com certeza geraram. Os ataques na avenida Paulista em São Paulo são exemplos claros do medo que há na sociedade dos gays tomarem o poder. Simplesmente ridículo, como o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) contra o material em prol da diversidade para as escolas.

E agora, no finalmente do ano, temos a discussão do assunto no folhetim da tardi na Globo, a Malhação. Não acompanhei ao vivo, mas vi hoje em todos os sites que tratam sobre notícias gays (mundo mais). Um passo e tanto na luta contra esse preconceito bobo. Me parace e segundo alguns colunistas, o folhetim global buscou inspiração nas tristes agressões que vem sendo noticiadas - muitas ocorrem na calada e ficam fora do conhecimento da população. Para coroar isso tudo, não podemos deixar de lado duas ações que serão verdade em 2011. A primeira o Conselho Nacional dos LGBT criado pelo presidente Lula em forma de decreto Lei e que precisará se da aprovação do Congresso Nacional e, a nova novela Insensato Coração da Globo que promete trazer um grupo colorido (cheio de diversidade) agrupados num bar na beira da praia.

Esse post está parecendo uma retrospectiva de 2010 nas questões gays. Pode até ser, afinal, o Natal é esta semana e precisamos visualizar mais os fatos positivos, ou os que trouxeram discussões relevantes (violência nunca é positiva). Precisamos acreditar mais e de passo em passo a gente chega lá, seja no respeito às diferenças, seja na fé de um futuro melhor, mais bonito e mais cheio de amor... esse é o espírito.

Para terminar... acho importante deixar o registro das cenas do ataque homofóbico na Malhação.

Alguns dados sobre a Homofobia

O programa 'CQC' mostrou ontem a noite (20/12) a matéria sobre homofobia no quadro 'documento da semana'. Entre os assuntos abordados, alguns dados importantes e que devem levar a sociedade a repensar sua disposição em prol do enfrentamento desse problema. Fica a dica... e seguimos lutando por um Brasil sem homofobia.



sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ATITUDE - uma resposta à homofobia

A homofobia está em nossa sociedade muito mais do que imaginamos. Agora virou moda falar. Durante a Parada Gay de São Paulo a mídia pouco noticia sobre esse fato. Ficam detitos nos números de participantes ou simplesmente em fatos isolados que acabam até denegrindo a imagem da Festa que tem por intuito permitir a inclusão das diversidades, mostrar o quanto somos naturalmente normais. "A TV no armário" livro e Irineu Ramos Ribeiro mostra um pouco disso. Ele faz a análise da cobertura da Parada Gay de São Paulo edição de 2007 e constata que a Parada ganha importância noticiosa apenas pelo volume de pessoas, o turismo e o dinheiro que gera. Fica de lado os conflitos pessoais, do grupo que acima de tudo vai à rua para pedir respeito.

Para a mídia - minha colocação - a Parada Gay de São Paulo, ou de qualquer outra cidade desse Brasil-zão não tem outro cunho senão a festa. Que seja, ou achariam melhor que saíssemos aos tapas como muitos vem fazendo ao longo do tempo para barrar nosso modo de ser??? É, infelizmente podemos acompanhar um 'nobre' deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) defendendo a palmada para reprimir atitudes mais afeminadas de crianças do sexo masculino. É minha gente, está caindo a mascára. Enquanto sobem o número de congressistas ligados a facções criminosas e as religiões new pentecostais (para mim, quase a mesma coisa) nós não conseguimos reunir forças para colocar representantes gays com força de ação. A nosso força infelizmente ainda está muito representada na teoria, nas poucas pesquisas que acabam repetindo as temáticas e os problemas e nenhum fato que nos leve a grandes mudanças.

O livro que citei anteriormente faz construções importantes sobre o processo de representação das identidades dos homossexuais; mas fica um tanto na mesmíce por não tentar aprofundar assuntos relevantes. Claro que é um grande passo termos um aumento da bibliografia sobre o assunto. Outro pesquisador e um dos maiores ativistas, Luiz Mott, sempre trabalhou com o assunto da negligência que a sociedade brasileira tem mostrado quanto a violência sofrida por gays.

Sim, pois não sofremos apenas a repressão velada no nosso dia-a-dia. Muitos são barrados de ser quem gostariam em casa, impositivamente. Outros são induzidos por processos culturais calcados na falsa e 'boa moral' que se prega em nosso modelo de sociedade heterocentrista. No entanto, a coisa não fica só nisso. Somos sim humilhados, com o conhecido termo
bulluing, que se tornou moda, mas que assombrou e assombra muita gente na infância e na adolescência. E isso perpassa, somos agredidos fisicamente. Muitos são mortos como bem apontam os relatos e as pesquisas de Luiz Mott. Segundo ele, há muita violência contra homossexuais que não ficamos sabendo, que acabam não sendo registradas como tal. Para alguns isso é bobagem, afinal somos os errados.

Acontece que pouco se pensa no contrário, pois a sã e divina heterossexualidade é tão sublime que permite que os seres cometam atrocidades em prol da salvação do mundo. Agora, dessa salvação eu não quero ser incluído, ouviu Silas Malafaia??? Mais um 'nobre', este pastor que até campanha para o Serra fez. Uma vergonha total. Queremos e necessitamos de uma lei que criminaliza a homofobia e ainda mais, queremos que todos que sofram agressões de qualquer ordem devido sua orientação sexual tragam-a a público. Está mais que na hora de mostrarmos a cara, como muito bem retrata o filme Milk. Não podemos nos esconder nos guetos, continuar achando que ser gay, ser lésbica, ser bissexual, travesti ou os demais infinitos gêneros é apenas uma questão pessoal, uma questão individual e que ninguém mais tem a ver com isso. Se assim continuarmos achando melhor, iremos continuar vendo as barbaridades noticiadas. O bom mesmo era fazer o que o Jabor relembrou ontem a noite (vídeo abaixo), quando as 'barbies' cariocas se reuniram para dar um jeito nos anti-homossexuais. Não concordo com violência, mas está mais do que na hora de nos unirmos para dizer que chega de opressão e violência.



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pare!!! Diminua o rítmo, respire!!! Quem sabe isso se torna nossa melhor forma de co-existir

Vale a pena cada reportagem exibida no Globo Repórter da última sexta-feira (03/12). A repórter Ilze Scamparini mostra as belezas de uma Itália do bem-viver... para ver e rever.



















Olhos atentos