quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Guerra não declarada do Rio

Não acho que me dá medo. Tenho ódio, mesmo, pois enquanto ficamos discutindo assuntos banais, que circundam o nosso próprio umbigo, deixamos a situação chegar aonde chegou. A pobreza, a fome, a miséria do conhecimento, o pouco acesso ao saber... de passo em passo os caminhos se cruzaram e hoje não temos mais o que fazer, senão entrar pra luta. Querendo ou não fomos chamados à guerra. E não é mais uma guerra pelo poder, pela hegemonia, de quem está certo ou de quem está errado. Apenas uma guerra de sobrevivência.

Teríamos duas escolhas, deixar como está, ficar inertes e passar o comando do estado ao tráfico; ou, lutarmos contra essa força paramilitar, política e outros termos mais que não lembro agora. O tráfico hoje não é apenas uma forma de vida, de ilegalidade, ele comporta uma verdadeira estrutura ideológica, que possui seguidores, que possui patrocinadores e que possui platéia - nós todos.

Não podemos dizer quem é o culpado, e nem que é inocente nessa história toda. Não cabe nem a mim dizer que inocente sou. Minha culpa é tão grande como de qualquer morador da favela, de qualquer empresário. Claro, a culpa maior, e não é apenas um julgamento, uma constatação, é do Estado, é da nossa política e da nossa polícia que resolveram se juntar ao invés de combater. Agora precisamos tomar de volta o nosso direito à vida. Tirarmos as armas das mãos de quem não tem direito de estar com elas. Depois, limparmos a polícia.... fazer a mesma coisa, tirar armas dos policiais corruptos. Mais tarde, fazer tudo o que sabemos que deve ser feito, educação, moradia, saneamento e uma política de segurança que não dê voz e vez para a violência, de qualquer violência.




quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um chamado para a libertação


Na segunda-feira a noite me dispus a ir há um evento sobre a Consciência Negra. O Sindicato dos Professores da UFSM organizou um Cultura na SEDUFSM com o tema: Novembro Negro. Então, sentei, guardei lugar para uma amiga. As esplanações começaram e eu aí, só ouvindo, e diga-se de passagem, meu nível de concentração era enorme. Até que do nada surge uma ex-colega de curso, que ainda está na faculdade.

Papo vai, papo vem, ela está produzindo o seu trabalho final de graduação, também conhecido como Monografia. Enfim, ela estava com seu projeto em mãos pois acabara de falar com sua orientadora. A primeira coincidência, a mesma que me orientou nas minhas nuances passadas. Então perguntei se poderia ler e o fiz. Ao terminar, e colcoar as minhas sugestões ela olha pra mim e diz o seguinte: "Julio, este trabalho eu tive a ideia a partir daquela Jornada Científica em que você apresentou o seu projeto de monografia e disse 'se eu não fizer um trabalho sobre os gays, quem fará?'"

Vocês não imaginam como isto me emocionou, correram lágrimas, me senti frágil, coisa que não gosto de admitir, de jeito nenhum. A situação era oportuna, eu estava me sentido lisonjeado, e mais que isso, percebia que as minhas palavras avulsas fizeram sentido para alguém, além de eu mesmo.

Continuamos a conversa - eu tentando disfarçar a minha exitação. Disse-lhe que devemos sim sairmos do silêncio, deixarmos os cantos escuros, pois para mim a identidade positivada como muitos teóricos tratam têm cabimento no momento em que não só os movimentos sociais, ou situações de grande impacto promovam a discussão e portanto deêm um passo a conquista de direitos civis a estes excluídos; mas sobretudo, que cada indivíduo, dentro do seu habitat, daquilo que produz e vive, possa demonstrar o quanto se orgulha, de ser gay, de ser negro, de pertencer e se sentir representado - mesmo que não de maneira global.

Deixarmos apenas que alguns fiquem criticando, sugerindo ou criando ideias sobre o que é ser gay, o que é ser negro (apenas como exemplo) é deixar os outros decidirem o rumo que queremos para a nossa vida. Pois podemos trabalhar, casar; levar uma vida 'normal', mas não conseguiremos deixar de ser negros, não consiguiremos deixar de sermos gays - por mais que os evangélicos e alguns psicologos andam prometendo cura. Somos isto é pronto.

Não tenho como terminar este texto, afinal, é interminável as reflexões sobre o assunto. Deixo paa vocês apenas mais um debate que precisa ser assumido. A homofobia que dia-a-dia vem sendo demonstrada pela mídia - antes apenas ela não aparecia, mas existia - precisa ser resolvida. Começemos pela escola: 'matéria sobre'.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um bom show

Claro que não estou falando de nenhum show internacional, algo supra-sumo. Mas simplesmente um show que vale a pena, pela musicalidade, pela expressão de um rock pop bem feito no Rio Grande do Sul. Me dá orgulho de ouvir bandas assim. Só não entendi ainda como nenhum global resolveu inserir está música nas teledramaturgias.... ela é linda...

Hoje para quem estiver nas proximidades na região noroeste do Rio Grande do Sul, região da Grande Santa Rosa, na cidade de Tucunduva, aonde nasceu a banda 'Os Atuais' acontece mais uma edição da Festa do Músico. Ela é voltada para as bandas que tocam músicas de bailão, algo típico na região noroeste.

A Festa do Músico conta hoje com o show dos Anjos do Hanngar. E para quem não conhece a banda, aqui está uma das músicas, entre no site da banda e conheça um pouco mais. Acho que vai valer a pena!!!


Mais que um simples registro

Um dos caras mais inteligentes do nosso tempo, eu assim o considero. O italiano, sociólogo, escritor e acima disso tudo, pensador Domenico de Masi me inspira ao acreditar que as relações de trabalho do homem do mesmo modo que são resultado de uma evolução, também estão nos levando passa a passo ao abismo. Deixamos de lado as coisas importantes e queremos apenas ganhar, crescer, sermos reconhecidos.

Muitas vezes, esquecemos que o trabalho deve ser algo praticado com prazer, e também, uma forma de nos mantermos vivos, quer dizer, simplesmente o sustento. Claro que ele não é contra aos grandes lucros, desde que este modo de viver não interfira na liberdade do pensamento do homem, afinal, perdemos muito tempo trabalhando, nos estressando e deixando de viver.

Destas minhas pequenas colocações vieram ao assistir uma reportagem do Jornal da Globo que está aí abaixo. Gosto muito de uma frase de sua célebre obra "O homem que trabalha, perde tempo precioso"; fica a dica.... precisas lê-lo para compreender a amplitude e as outras maneiras de se trabalhar.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Feira do Livro para todos os públicos

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Depois da Eleição

Passadas as eleições no Brasil, com decisão de manter o modelo do atual governo, Dilma, a primeira presidenta do país traz mais esperança aos desassistidos. Entre eles, nós os gays. Muito me revoltou durante a campanha presidencial o uso de posições ideológicas que influenciam nos direitos humanos para arrecadar eleitores.

Um dos exemplos que não podemos deixar de citar pós-campanha é o fato da questão do aborto e da união civil homoafetiva. Bah!!!! Foi a maior confusão de conceitos 'nunca antes na história deste país' que, nós eleitores, fadados ao pouco crédito de nosso conhecimento, tivemos que engolir. Pior ainda foi ouvir críticas de quem votaria no PT seriam apenas os que são contemplados com as 'bolsas' e não tem acesso a informação.

Uma burrice, uma enganação. Assim como os fatos da defesa do aborto e da contrariedade da união civil homoafetiva é hipocresia.... ficou mais acentuada com a presença de pastores.... o Malafaia... e o tal apóstolo daquela Mundial... que diz que faz milagres.

Enfim, pessoas confiáveis, que a gente conhece bem. Nada contra, mas nada a favor. Somos uma nação democrática, LAICA, e então, não cabe ao Papa (que também andou dando uma metida de dedo na história) e líder espiritual nenhum. Espero, sinceramente, que Dilma faça um bom governo. Agora se não fizer, pelo menos, eu terei a certeza que uma pessoa menos ruim governou o país.

Olhos atentos