sábado, 19 de agosto de 2017

Poesia contra o preconceito 👏


Há será uma constante na natureza humana
de que não foi me concebida por parte de meu criador?
A singularidade de que me rege transcreve o algor
de minha alma dissimulada e disparatada.

Perceba vós caro leigo precoce e tolo


De que belas palavras numa poesia
transparecem apenas a estética de um bravo grito mudo
e transpõem os ruídos existenciais numa ausência eterna.

Tão fácil falar de amor num breve soneto,
quanto de se contrapor a esse em vista do diferente.
Diferente este combatido como epidemias.
Lindas e únicas criaturas pecadoras.

Pecadora é a mulher!
Criada duma costela, nascida para servir.
Ao homem? A Deus? Servir a si mesma!
Como manifesto de seu poder e autonomia.
O que você chama de feminista,
eu chamo de bruxa que não conseguiram queimar.
Pecadora que só se cala com o contentamento
ou com a morte.

Pecador? Pecador é o preto!
Moeda de troca, espécie que choca, nascido do gueto.
Se resistência fosse cor, ela seria PRETA.
Preta como a alma daquele infeliz racista.
Não há corrente dura que segure o espirito do bravo negro,
que luta para não ser chamado de negro,
mas de SER HUMANO.

Pecador? Pecador é o viadinho, o baitola, o boiola...
Aberração da natureza, falha de Deus.
Aprende a ser homem! Aprende a ser macho!
Se ser homem for sinônimo de arrogante e violento,
é preferível ser um unicórnio.
Enquanto que o ódio luta com forças e armas,
o gay luta com amor, por amor, sem sentir dor, muito menos temor.

Realmente, preciso parar de me vitimizar...
O que pode me curar?
Uma ída à igreja? Uma garrafa de vodka?
Um tiro na boca? Ou uma guerra?!
Conservadores e preconceituosos SE PREPAREM!
A pedra que mata a travesti, a corrente que escraviza o negro
e a mão que oprime a mulher, NÃO SÃO, não senhor,
tão fortes, como o meu AMOR.

Autor: Victor Martins

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