Nós paramos muito cedo de lutar. O movimento gay que teve seu auge há mais de 40 anos se mostra enfraquecido demais, já que a sociedade não evoluiu tanto assim, como alguns teimam em acreditar.
Posso parecer, numa primeira vista, pessimista demais. Claro que tivemos avanços e são muitos. As celebridades saindo do armário - mesmo que somente para fins de marketing -, o BBB tendo uma ala fortalecida, enfluenciam mudanças em cascata. Mas reintero, o movimento está parado, paradíssimo. Deixamos a luta se tornar apenas compromisso de bancas de defesa, dos congressistas, etc. Temos uma produção científica relevante nesta área, pesquisas quantitativas que nos mensuram e agora o Mapeamento LGBT promovido pela Ong SOMOS de Porto Alegre. A SOMOS mais uma vez mostra sua importância dentro do movimento.
Falta pegada. Sim, um movimento se caracteriza pela sua pegada, sua forma de ser, nos tornamos um movimento que não amedronta mais, que não é sagaz. A Parada Gay de São Paulo e sua gigantesca proporção e mais as pequenas espalhadas Brasil afora somente demarca nosso espaço, e ainda são usadas como palanques políticos; elas conseguem apenas tirar o sono dos fanáticos evangélicos.
Ao perceber o que acontece no mundo, exemplo claro são as manifestações contra o governo Hosni Mubarak do Egito. Este escondido pelo poder do seu ditador. Nós, enrustidos por nós mesmos, com medo de nos comprometermos mais, de colocarmos nossas carreiras em risco. E aí surge uma sociedade híbrida. 'Você é múltiplas coisas ao mesmo tempo ou em tempos diferentes'. Me desculpem os teóricos da área, tenham certeza que conheço a abrangência do conceito, mas por vezes discordo dessa dissonância entre realidade e teorização.
Vejo que o bissexual nada mais é que a figura do descomprometido. Quem sabe reflexo de uma sociedade que se acomodou a partir da redemocratização. Ser bi não é apenas uma escolha individual, é dizer um tudo bem para a situação atual. É pensar muito em si e nada no coletivo. Por isso mesmo escuto dia-a-dia professores afirmando que a bissexualidade virou moda. E acho que se tornou mesmo, pois aquele conceito de sermos seres com tendências bissexuais como probabilidade e, não tem nada haver com esse 'bi' que falo. Esse andróide humano, que movido apenas pelos prazeres que a vida pode proporcionar motiva a situação a ficar do jeito que está.
É um texto de revolta, espero que os poucos que leiam consigam acompanhar o meu raciocínio. Mas esta revolta não é somente com o outro, ela faz jus a minha auto-crítica, de quanto cotidianamente nos acomodamos com o pouco que conquistamos.
Espero que o POVO não saia das ruas tão cedo no Egito. Desejo como toda a força do meu ser, que saiamos dessa inércia em prol de conquistas, em prol do fim dessa ditadura heterossexual, que acaba consagrando o bi (já que é mais próximo do hétero) em detrimento do assumido gay. Não queremos somente nos casar e ter filhos. Queremos tudo que nos é de direito, seja respeito, dignidade e muita liberdade.
Posso parecer, numa primeira vista, pessimista demais. Claro que tivemos avanços e são muitos. As celebridades saindo do armário - mesmo que somente para fins de marketing -, o BBB tendo uma ala fortalecida, enfluenciam mudanças em cascata. Mas reintero, o movimento está parado, paradíssimo. Deixamos a luta se tornar apenas compromisso de bancas de defesa, dos congressistas, etc. Temos uma produção científica relevante nesta área, pesquisas quantitativas que nos mensuram e agora o Mapeamento LGBT promovido pela Ong SOMOS de Porto Alegre. A SOMOS mais uma vez mostra sua importância dentro do movimento.
Falta pegada. Sim, um movimento se caracteriza pela sua pegada, sua forma de ser, nos tornamos um movimento que não amedronta mais, que não é sagaz. A Parada Gay de São Paulo e sua gigantesca proporção e mais as pequenas espalhadas Brasil afora somente demarca nosso espaço, e ainda são usadas como palanques políticos; elas conseguem apenas tirar o sono dos fanáticos evangélicos.
Ao perceber o que acontece no mundo, exemplo claro são as manifestações contra o governo Hosni Mubarak do Egito. Este escondido pelo poder do seu ditador. Nós, enrustidos por nós mesmos, com medo de nos comprometermos mais, de colocarmos nossas carreiras em risco. E aí surge uma sociedade híbrida. 'Você é múltiplas coisas ao mesmo tempo ou em tempos diferentes'. Me desculpem os teóricos da área, tenham certeza que conheço a abrangência do conceito, mas por vezes discordo dessa dissonância entre realidade e teorização.
Vejo que o bissexual nada mais é que a figura do descomprometido. Quem sabe reflexo de uma sociedade que se acomodou a partir da redemocratização. Ser bi não é apenas uma escolha individual, é dizer um tudo bem para a situação atual. É pensar muito em si e nada no coletivo. Por isso mesmo escuto dia-a-dia professores afirmando que a bissexualidade virou moda. E acho que se tornou mesmo, pois aquele conceito de sermos seres com tendências bissexuais como probabilidade e, não tem nada haver com esse 'bi' que falo. Esse andróide humano, que movido apenas pelos prazeres que a vida pode proporcionar motiva a situação a ficar do jeito que está.
É um texto de revolta, espero que os poucos que leiam consigam acompanhar o meu raciocínio. Mas esta revolta não é somente com o outro, ela faz jus a minha auto-crítica, de quanto cotidianamente nos acomodamos com o pouco que conquistamos.
Espero que o POVO não saia das ruas tão cedo no Egito. Desejo como toda a força do meu ser, que saiamos dessa inércia em prol de conquistas, em prol do fim dessa ditadura heterossexual, que acaba consagrando o bi (já que é mais próximo do hétero) em detrimento do assumido gay. Não queremos somente nos casar e ter filhos. Queremos tudo que nos é de direito, seja respeito, dignidade e muita liberdade.
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