quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A BORBOLETA NA VIDRAÇA


Um sentido para vir a ser, uma força e todo dia uma peça se desencaixa, como estivéssemos pisando em um vidro enxergando as peças caírem e lá no fundo a escuridão, o passo não dado e a instigante curiosidade pelo fim.

Todos os dias acordo com a sensação de estar mais perto de reconquistar o meu território, mas, estas caturritas idiotas com suas vozes irritantes me acordam arrancando-me de minha eterna viagem, sem ferrovias, rodoviárias, aeroportos, simplesmente lugares magníficos onde me deleito no salvo conduto por bom comportamento e me liberto desta casca de vaidades e obrigações.

Não pretendo aqui divulgar traços de minha personalidade ou contar historinhas de florestas e cabanas e sim sublinhar sentimentos que todo mundo tem e que invadem o nosso mundo e a maldita raiz faça rezarmos cartilhas afônicas, cheias de regras, odores fétidos e caras beges que de maneira nenhuma fazem parte de nossa essência de ser feliz e porque não, a qualquer preço. Não tenho vocação para ser borboleta na vidraça e sim voar livre pelos campos, cidades, cachoeiras e mares, infelizmente num estalar de dedos o lápis cai e voltamos para o velho cárcere.

Minha alma continua uma grande praia onde cavalos selvagens correm lado a lado e um imenso sol avermelhado e nuvens azuis no céu simplesmente rosa.

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