sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Pasto verde para a imaginação

Final de ano chegando. Já estamos a dois meses revisando nossas vidas e nos projetando para o próximo ano. Afinal, é de sonhos e esperanças, e, de muita persistência em acreditar neles(as) que levamos a nossa vida, encaramos a realidade e buscamos aproveitar todo seu sumo.

E para quem sonha, e quem é persistente o bastante, aqui vai um alívio: não temos idade e nem momento certo para coisas maravilhosas acontecerem. No entanto, conheço poucas histórias reais, a maioria está na ficção. Eu como gosto mesmo é de viver com muita imaginação, vai a dica para quem desejar regar ela. O filme Elsa e Fred. Confiram o trailler:



terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Não dá para deixar passar

No dia de Ação de Graças eu e uma amiga saímos da aula, último dia por sinal, em busca de um bar na cidade. Passamos por aqueles que costumamos a ir, e todos lotados. O calor arrebatador do verão abafado de Santa Maria era presente numa noite muito linda. Como de costume, nossas conversas sobre nossas inquietudes nos levaram a um lugar desconhecido, para mim. Sentamos e pedimos. Comemos um monte, bebemos um pouco. Enfim, brindamos o nosso ano. Fizemos nossa ceia de Ação de Graças – considero até mais importante que o Natal. Fomos para casa cedo.

(...)

Algumas semanas depois. Também numa quinta-feira, depois de ter feito festa na madrugada e ter ficado na TV em que estagio o dia todo, sai sem rumo com um amigo para também comemorarmos o ano. Dessa vez, era uma comemoração que eu havia prometido para ele, em agradecimento a parceria que fizemos profissionalmente. Diferente em diversos aspectos, mas num mesmo patamar do dia que sai para agradecer o ano.

O curioso que paramos no mesmo bar. Tomamos outra tipo de cerveja e comemos outro petisco. A conversa se norteou por algo que me chamou atenção. No início falamos de peculiaridades da vida profissional, dos estudos, dos amores, etc. e tal. Em meio a cervejas que caíram muito bem (fazia um calor danado) nossa conversa parou nas identificações que temos com os nossos ídolos.

‘Demos’ uma de analistas de lixeira e começamos a verificar os traços de nossos conhecidos com seus ídolos pops. Por incrível que pareça, e infelizmente, percebemos que a maioria se espelha nas figuras americanas. Acho que o tema veio à tona devido a presença da nada mais nada menos, rainha do pop e da comunidade GLBT ou LGBT, Madona, que está em turnê por nossas bandas.

Em resumo, não chegamos a nenhuma conclusão. Mas o que vale é que estamos no verão – mesmo que eu goste – é um momento agradável para estar ao ar livre. Ver a lua que hoje está cheia e conversar amenidades nas mesas de bares pelo mundo afora. Essas coisas a gente não pode deixar de fazer, não dá para deixar passar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Uma viagem qualquer!

Era final de novembro (acredito) de um ano qualquer. Eu e mais 4 colegas resolvemos viajar com a turma da noite. A princípio não conhecíamos quase ninguém, o que não demorou muito. O roteiro era simples, entretanto, encantador. Sairíamos em direção à Argentina e depois de um breve percurso por terras castelhanas chegaríamos ao destino, conhecer a Usina de Itaipu e claro, desfrutar um pouco da cidade de Foz de Iguaçu.

Nos divertimos pra caramba. Aquelas viagens de final de ensino médio que são projetadas para todos se divertirem muito. Fazer muita festa, conversar, ficar, e tudo o que você pode imaginar... (mas nada além de uma normalidade). O que eu não poderia imaginar é que um lindo amor iria nascer em meio aqueles momentos.

Eu fiquei no quarto com mais três amigos. Um deles o Miguel (futuro compadre) e ele me disse, dá um toque na Taíze (também futura comadre) que eu estou afim dela. Eu, como bom cupido que sou, dei um super toque. A Taíze até disse que não queria e eu diz as gurias me ajudarem na missão de juntar os dois. Afinal, estava chegando a nossa formatura e sempre fui a favor de proporcionar a felicidade aos meus amigos. Mas, o que eu não esperava era que aquele encontro, tímido, e de uma viagem de escola, que geralmente fica na nossa lembrança como algo que fez parte daquela etapa, se tornaria um sólido romance.

(...)

Esse final de semana estive em casa, e lá estava, em cima da minha escrivaninha o convite do casamento. Aquele convite me remeteu a mil fatos, mil acontecimentos. Fiquei horas degustando-o, relembrando cada momento da viagem, do segundo grau e de uma amizade. Minha emoção ganhou profundidade quando percebi que minha irmã, que conclui a 8ª série, foi viajar hoje com seus colegas para Foz do Iguaçu. Não que isso signifique o encontro de um grande amor, afinal já fiz mais vezes e não encontrei ainda, mas que marcou um momento feliz da minha vida.

Agora delegado o meu testemunho desse amor, sinto-me honrado, e as emoções e arrepios me inundam de alegria e um bem-estar fantástico me envolve. É por isso que eu desejo, antecipadamente a todos um 2009 repleto de amor, literalmente.

Abraços

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

“SIN MAIZ NO HAY PAIS”


Imagine se o Brasil assinasse um acordo de livre comércio com os EUA e desde então todo os nossos grãos se destinassem a esse país a um preço irrisório e, em contrapartida, tornassem-se caros para nós. Imaginem, perdermos o controle sobre o bem de consumo que nos é mais essencial: o alimento.


Isso ocorre no México. Esse país tem perdido cada vez mais sua identidade e, como se não bastasse, o milho já não lhe pertence. O milho é o México, a cultura, as festas giram em torno dele. Portanto, muito mais do que um produto alimentício, é uma extensão da vida desse povo.


DERECHO de los pueblos, de sus Países o Uniones de Estados a definir su política agraria y alimentaria, sin dumping frente a países terceros” esse é um dos elementos da soberania alimentar elaborado, defendido pela Via Campesina.

Sem milho não há país...


O vídeo abaixo mostra isso muito bem. É da UNICAM – Universidad Indigena Campesina.





terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O que ainda me preocupa

Um jovem foi morto. Independentemente das circunstâncias, do contexto de rebelião, essa morte foi vista pela sociedade grega como a explosão de uma bomba atómica de poder do governo e de seu primeiro-ministro conservador. E as manifestações estudantis e agora também contra a repressão continuam por lá.

Agora a minha pretensão enquanto sujeito pensante é perguntar-lhes: qual é a diferença da sociedade grega e da brasileira? Por que uma morte apenas leva o povo a revolta e promove que sua justiça funcione rapidamente.

Se fosse no Brasil até poderíamos nos revoltar, ir para a rua e tal, mas nosso sistema judiciário não permitiria o julgamento, do caso por exemplo dos policiais responsáveis pela morte do rapaz, tão instantaneamente. É um horror sabermos que o jovem que matou de forma bruta um índio com fogo enquanto durmia, trabalho hoje como funcionário público. É terrível ter noção de quanto somos desamparados por nosso sistema falho. Sonho em sermos um pouco gregos nisso, pelo menos, um dia!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Uma nota 10

O objetivo de todo estudante, até aquele mais desatento e preguiçoso é a nota 10. Ninguém nunca quis, mesmo que diga, uma nota 7. Muita gente vem com aquela conversinha e tal, por vezes até eu me utilizei desta estratégia de enganação, pois sabemos que não teríamos mesmo capacidade para ficarmos com a nota máxima.

Essa tão desejada nota 10 faz parte de muitas discussões. Alguns tem como premissa que somos incapacitados de ser tão bom para merecermos o 10; outras a observam como reconhecimento por um percurso, por um trabalho bem construído e por que não, um icentivo moral para seguir em frente.

Eu particularmente acredito que a nota 10 pode ser aplicada. E é tão bom receber um 10. Olhem só: Um amigo defendeu seu trabalho de conclusão de curso - a monografia - na quinta-feira. Durante o semestre além de produzir a monografia, trabalhou como editor de um jornal e implantou um projeto multimídia para o mesmo, fez 7 disciplinas, e saiu bastante, se divertiu. A banca, mesmo com algumas correções e questionamentos pertinentes para o entendimento, a banca considerou o trabalho nota 10. E pessoal, foi uma situação indescritível. Todos estávamos imóveis, não sentíamos nossos corações baterem. A felicidade inundou a todos.

Depois veio as comemorações e só posso dizer, que um 10 nos liberta, nos faz não pensar, nos faz bem. O melhor, ele não precisa ser seu, pode ser do amigo ou de alguém que você gosta muito. Vamos dar 10 para as pessoas, vamos confiar naquilo que os outros fazem, claro, se eles fizerem por merecer.

Abraços

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Triste notícia

Não tenho muito a falar... Mas o boom editorial de revistas de gênero gay no Brasil não consolidou esse mercado. Vejam o que André Fisher - diretor do Mix Brasil e da revista JUNIOR - escreveu, mesmo não concordando com ele em alguns aspectos. Sinto apenas pesar.

O estouro da bolha gay


Finda a maratona do Festival MixBrasil em São Paulo, tempo de retomar a vida em seu tempo normal. Evento foi um sucesso, cada vez maior e mais profissional. Vi filmes que me tocaram profundamente, mas sobre eles falo depois.

Passei algumas horas com Bruce Labruce conversando sobre os estouros da várias bolhas que a atual über crise financeira detonou. Ele se referia especialmente à bolha das artes, que fez os leilões e galerias transacionarem valores estrondosos de artistas contemporâneos nos últimos anos e cujo valor caiu pela metade, ou mais, nas últimas semanas.
A matéria que saiu na Ilustrada sobre o assunto dois dias mencionava que no caso de arte latinoamericana as perdas não foram substanciais pelo fato de não haver uma bolha nesta área.

As bolhas são criadas pelo aumento vertiginoso de valor de algo em função de expectativas baseadas em algo sem lastro na realidade. Quando o mercado acorda e se dá conta, a bolha estoura. Foi assim com as empresas de internet em 2002. Está sendo assim agora com os imóveis nos EUA, o preço do petróleo, a cotação do real, as ações na bolsa.

E também com o tal mercado editorial gay. No último ano dei dezenas de entrevistas sobre o chamado boom desse mercado, que nada mais era do que a publicação de três títulos distribuídos nacionalmente em banca direcionados ao público masculino gay sem conteúdo erótico. Com o fechamento da Dom anunciado pela editora Peixes, posso falar um pouco mais sobre o tema sem incorrer no risco de ser deselegante falar da concorrência.

Em primeiro lugar é evidente que não há mercado no Brasil para tanto. Se na França e na Alemanha, onde há comunidades gays maiores e mais ricas, apenas duas revistas disputam esse segmento, porque aqui haveríamos de ter três?

Foi uma iniciativa um tanto ingênua – e também de uma certa arrogância – acreditar que o mercado publicitário e a lógica editorial iriam mudar. Ninguém de verdade acredita que existam 18 milhões de gays no Brasil. Pode haver até mais homossexuais ou bissexuais, mas gente que consuma gay, que compre revista gay...esse número é bem, bem menor. Trabalhando há 15 anos nesse mercado já deu para entender qual nosso tamanho e limitações.
Em nenhum lugar do mundo há editoras não-gays fazendo revistas gays, pelo simples fato de que é preciso inserir os fatores militância e tesão (de fazer uma revista gay) para essa conta fechar. Tiragem de 50 mil, pagar valores acima do mercado a modelos, contratar uma equipe de revista grande, tudo isso mensalmente... difícil imaginar quem continuaria cobrindo o vermelho por tanto tempo. Ele não resistiu a um CEO novo, preocupado só com a contabilidade da empresa.

A Dom era bastante profissional, mas se levava a sério demais, ao acreditar na existência da fina que compra carrões, tem vergonha de ver homem sem camisa e que não fala bobagem- a edição que está na banca chega ao ponto de recomendar, em matéria sobre etiqueta na cama, que não se deve falar palavrão ao fazer sexo!!!

O departamento comercial da Peixes fazia questão de dizer no mercado que a Junior era para teens e a Dom para maduros. Só que pesquisa realizada na UFMG, que será divulgada mês que vem, mostra que o leitor da Junior é mais velho (na média, 33 x 26 anos) e mais abastado que o da Dom.
Eu tenho uma teoria... A Junior é uma revista mais assumida, para quem é melhor resolvido (pelos temas e linguagem) e bem informado – ao contrário da Dom, Aimé e G, a Junior não tem noticiário, pois contamos que quem a lê acessa internet e já teve acesso àquelas notícias de um mês atrás. E ser rasgadamente jovem não é algo que, de forma alguma, exclua homens gays mais velhos. Pelo contrário.

Não acredito que a remanescente dure muito mais tempo.
Pode ser que a Junior também tenha que fechar um dia (pé de pato mangalô três vezes), mas não são esses os sinais que estamos tendo até agora.
Conseguimos fazer uma revista bacana, mas com pé no chão, que cabe na nossa capacidade de investir e que tem objetivos maiores, não apenas comerciais.


Uma proposta de vida

Recebi ontem da Bruna um meme - é considerado uma unidade que pode de alguma forma autopropagar-se (explicação livre). Falando em internet, poderíamos definí-lo como uma corrente, com pequenas diferenças. Não sou adepto as correntes e por isso não repassarei o meme, mas, para quem gostar da idéia, faça no seu blog, faça para si, enfim, faça se quiseres.

A proposta é levantar 8 obejtivos de vida, que sejam cumpridos antes da passagem para as bandas do além terra. Sem se importar se haverá algo depois. Resumindo, fazer aquilo que a gente sempre busca fazer no final do ano, como se referiu na sua postagem a Bruninha. A gente escreve mil coisas que desejamos fazer no ano novo e geralmente não fazemos nada daquilo.

O que vale na verdade são as intenções que temos em mudar, em procurar melhorar, em procurar viver com intensidade e alegria. Confesso, que fiquei relutando em escrever o que eu gostaria de fazer antes de morrer. Afinal, a gente quer mesmo distância da morte, tem medo em planejar qualquer coisa, mesmo que seja antes dela.

Tomei coragem hoje de manhã, mesmo com muitas atividades atrasadas, etc. Vamos lá então:

1ª - Viajar de carro por todo o território brasileiro, com um amigo(a);

2ª - Entrar para a academia e seguir uma dieta;

3ª - Aprender a não sentir culpa;

4ª - Passar um tempo na Grécia (sonho cultivado desde a infância);

5ª - Estudar Filosofia;

6ª - Me tornar um escritor;

7ª - Casar com um cara que seja bom para mim (sonho de consumo);

8ª - Ter um filho(a).

Olha demorou para sair, mas nem foi tão difícil. Estava relendo agora e vi o quanto os meus objetivos são alcançáveis, alguns pelo menos. Sou um sonhador, daqueles que acredita que conseguirá viver os seus planos. Não traço metas como empresas, afinal, não sou um capital. Claro, que desejo fazer tudo isso regado de muito amor, mesmo que seja por mim mesmo e pelo mundo.... eheheh!!!

Com Amor (P.O. Box)

Eu quero mais é ser feliz
Eu quero mais é calor
Assoviar, pedir bis
Descontrolar por amor

E com amor você precente
Aceita qualquer loucura
Uma proposta indecente
E ninguém mais te segura

Porque com amor
A gente vai pra festa
Se arruma bem pra viver

Sem amor
A gente se detesta
Não presta nem pra se esconder

Eu quero a sensação
De alguém olhando pra mim
Meu nome é tentação
E o seu é desejo sim

E com amor a gente cresce
Deixa cair, faz levantar
Engorda, emagrece
Aprende a dançar

Alieluh


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Brasileiro e bom

Quem disse que o cinema brasileiro não é bom?! Opiniões à parte, eu também não sou fã de filmes nacionais. Esta semana fiquei sabendo que, nós gaúchos, somos os principais vilões do cinema produzido no país. Uma pesquisa apontou como o povo que menos prestigia a sétima arte produzida em terras de Vera Cruz. Eu gosto de filmes fáceis. Aqueles que te colocam pra cima, te fazem rir, sem a necessidade de ser tolos. Tanto que meu predileto é Legalmente Loira - o primeiro.

O filme brasileiro Se Eu Fosse Você, estrelado por Tony Ramos e Glória Pires fez sucesso e agora ganha uma segunda versão, que chegará nos cinemas no verão de 2009 (daqui uns dias). Um casal, semelhantes aos demais, com brigas, discussões, com pequenas diferenças. Aquela velha história que opostos se atraem. O que acontece, no entanto, é que há uma inversão de papéis. O corpo dela ganha a alma dele e vice-versa.

O desenrolar é fantástico e vale a pena. Apenas vi o trailler da segunda versão e acredito ser bom quanto foi a primeira, que é algo difícil já que o enredo é o mesmo. Mas vamos lá. Esperar faz parte e acreditar num amor lindo como o deles também, que mesmo com todas as diferenças tem o tão sonhado final feliz.




domingo, 30 de novembro de 2008

Na dúvida - aproviete!

Balada. Um palavra que expressava um gênero poético, depois uma canção pop com ritmo lento, e agora utilizada como adjetivo para festas, noitadas... As baladas são muitas. Em Santa Maria mesmo, pode-se escolher por estilos musicais, grupos específicos e outras determinações. Mas o que interessa numa balada. A música?; o lugar?; ou os alvos?

Qual é a prentesão de quem sai a noite? Se divertir, ou caçar - entende-se como ato de procura de parceiro(a). Nem eu tenho a resposta para as minhas badalações. Claro que na maioria das vezes há uma mistura. Buscamos dançar, conversar, olhar, conhecer o príncipe encantado, ou simplesmente conhecer uma boca nova para beijar.

Esses aspectos todos são desprezados por muitos. Estava essa semana conversando com um amigo sobre 'aproveitar a vida'. Ele me dizia que ele aproveitou pouco, mesmo jovem, não saiu e nem sai para balada, costuma trabalhar, namorar e ponto final. Seus objetivos estão focados num futuro promissor: comprar um apartamento, constituir família. Do contrário, não que eu não queira tudo isso, meu foco está em me divertir. E então passamos a analisar o que é melhor. Quem tinha razão ou não. Ele me falou do medo que tinha de um dia olhar para trás e ver que poderia ser diferente, poderia ter saído mais, dançado mais; quase um epitáfio. Eu fiquei chocado, nunca tinha pensado nisso. E falei que eu poderei me arrepender de não ter me focado no futuro, de me preocupar somente com o presente.

Depois de mais de duas horas de conversa chegamos a conclusão, que seria óbvia desde o princípio, que esse 'aproveitar' é muito subjetivo. O que é bom pra mim pode ser péssimo para você. E sem maiores conclusões, penso que festejar a vida, seja sozinho ou com muitos amigos ainda é o melhor remédio para a alma. E só para lembrar quinta-feira passada (27/11) era Ação de Graças, e quero dedicar este post para agradecer os amigos que conheci este ano, e coragem determinante em algumas decisões. Shalommmm!

sábado, 29 de novembro de 2008

Você sabe o que é estar só?


Passar noites seguidas de sexta e de sábado sozinha e procurando alguém que lhe procure. Procurando e-mails que nunca chegam e nunca chegarão. Brigar com o famigerado orkut por descobrir que ele é incapaz de resolver a sua falta de companhia, os seus complexos de inferioridade, de importância, de auto-afirmação? Olhando fotos de um passado que nunca mais voltará e se perguntando: “como me deixei mudar tanto?”. Tentar se salvar do abismo da solidão, sair com a suposta nova turma e constatar que você é um peixe fora d’água?

O que você sabe sobre projetar histórias de amor que nunca acontecerão? Suspirar por uma pessoa que lhe vê todos os dias, mas não lhe percebe? O que você sabe a respeito de se empenhar para lhe amarem e no final você se dar por conta de que as pessoas acabaram por amar os seus esforços e não você? O que você sabe sobre se sentir sem chão, sem ar e não ter ninguém para lhe abraçar, pra lhe dizer “vai passar”. A frase mais banalizada em matéria de ombro amigo. Ao mesmo tempo em que só que não pode mais contar com ela entende o quanto ela é perfeita em essência. O que você sabe sobre todos a sua volta serem os melhores e você não ser nem a melhor em nada, nem ter ninguém e viver num mundo à parte, com projeções, esperanças, desejos de reencontros e de reconciliações. O que você sabe sobre não saber conquistar alguém? Sobre não conseguir tirar a casca que lhe encobre e mostrar as pessoas que sim, você é legal, só não consegue se fazer valer?

O que você sabe sobre viver flutuando sem encontrar um ponto?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Atitude de mulher

Para quem anda acompanhando a novela A Favorita da Rede Globo imagina o tema que irei abordar dessa vez. Catarina, mãe de dois filhos, uma adolescente grávida e o um menino totalmente revoltado com a figura do pai carrasco. Na pequena cidade surge uma mulher bonita, e que abre um restaurante de comida caseira, seu nome é Estela.

Entre as muitas brigas de Catarina e seu marido ela decide aceitar o convite e trabalhar com Estela. A história vai se desenrolando até chegar o dia em que Leo (Leonardo) marido de Catarina fala no bar para todos ouvirem que Estela é lésbica. O restaurante que antes era sucesso cai no desagrado. Tudo parace se voltar para ela e para a Catarina. Rola buato que as duas andam 'trocando figurinhas'.

Depois o Domenico começou a ser alvo de preconceito na escola. Catarina forte, enfrenta tudo que diz respeito ao desrespeito daquela gente. Ela argumenta a todo instante que antes de saberem que Estela era lésbica o restaurante era visto com bons olhos, assim como a sua dona. Ela pergunta para as pessoas qual é o problema.

Tenho que parabenizar o autor da novela, João Emanuel Carneiro, está tratando do tema muito bem. Posso dizer que a questão do Orlandinho também ganhou uma roupagem diferenciada, pois conheço muitos que escolheram viver como ele, escondidos em casamentos, namoros e baladas. Não sei se isso é uma questão psicológica ou apenas auto-defesa, mas colocar isso na tela da Globo para as pessoas poderem tirar suas conclusões ou apenas se incomodarem com o fato, já é de grande valia para um país e uma sociedade que está longe de aceitar o homossexual, o diferente, o exótico.

No entanto, a personagem Catarina que começou a novela fraquinha, sem auto-estima e sem nada, poderíamos dizer, no capítulo de hoje mostrou que além do preconceito está a vontade e a amizade. Vontade em buscar a liberdade e amizade por devolver a Estela a luz que um dia recebeu. Não me importo se as duas ficarão, o que me importa mesmo é que as discussões do ser homossexual. A novela está quebrando barreiras e arquétipos.

Um vídeo da atitude de Catarina:



quarta-feira, 26 de novembro de 2008

É o que eu desejo

Indo na onda da Luiza, também quero falar de desejos. Mas quero aqueles banais, básicos; aqueles que não nos custam caro. Afinal, as pessoas mais felizes que eu conheço são aquelas que vivem com pouco - comparação ao sonho consumista de ter.

Tem um comercial muito bacana de um chinelo que também trabalha com o desejo e acredito que se inspiraram neste poema de Drummond. Entretanto, tiveram uma grande sacada e que irei usar aqui: "Desejo o dobro pra você". Degustem esse poema maravilhoso...



Síntese da felicidade (Carlos Drummond de Andrade)

Desejo a você

Fruto do mato

Cheiro de jardim

Namoro no portão

Domingo sem chuva

Segunda sem mau humor

Sábado com seu amor

Filme do Carlitos

Chope com amigos

Crônica de Rubem Braga

Viver sem inimigos

Filme antigo na TV

Ter uma pessoa especial

E que ela goste de você

Música de Tom com letra de Chico

Frango caipira em pensão do interior

Ouvir uma palavra amável

Ter uma surpresa agradável

Ver a Banda passar

Noite de lua Cheia

Rever uma velha amizade

Ter fé em Deus

Não Ter que ouvir a palavra não

Nem nunca, nem jamais e adeus.

Rir como criança

Ouvir canto de passarinho

Sarar de resfriado

Escrever um poema de Amor

Que nunca será rasgado

Formar um par ideal

Tomar banho de cachoeira

Pegar um bronzeado legal

Aprender um nova canção

Esperar alguém na estação

Queijo com goiabada

Pôr-do-Sol na roça

Uma festa

Um violão

Uma seresta

Recordar um amor antigo

Ter um ombro sempre amigo

Bater palmas de alegria

Uma tarde amena

Calçar um velho chinelo

Sentar numa velha poltrona

Tocar violão para alguém

Ouvir a chuva no telhado

Vinho branco

Bolero de Ravel

E muito carinho meu.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

“Basta ser sincero e desejar profundo”


Essa frase, na realidade verso, da música ‘Tente outra vez’ do Raul é cheia de conotações, transversalidades. Nos últimos dias a vi, a mentalizei tal qual um mantra, tal qual uma prece. Nossa mente é muito poderosa, cada vez mais eu me assevero de que nossos desejos são mais do que simples devaneios. Bem verdade é que não basta ficar no pensamento positivo, isso seria contra um desejo muito maior, que todos deveriam ter por sinal, que é o de viver.

Esse verso me lembra um trecho muito conhecido de um livro do Paulo Coelho - “Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo”, aliás, ele era parceio do Raul nas composições. Detesto Paulo Coelho, acho-o uma verdadeira enganação, seus livros são auto-ajuda romancezada e me compadeço daqueles que SÓ O LÊEM. Pior, que o defendem...
Mas, voltando ao tema. Sim, nada acontece se não o quisermos. É preciso desejar o que queremos, é preciso se imbuir de uma atmosfera positiva que nos acalente para realizar nosso querer. Pessoas felizes são crentes naquilo que almejam, são crentes na vida. Nada de bom pode acontecer por simples arranjo de planetas, de luas astrais. NÓS precisamos nos tomar conta de vontade, de bondade para realizar o que desejamos.

Realizar. É a esperança (e que palavra bonita essa) de todos nós quando o ano se inicia. Um novo ano, uma nova grande oportunidade de fazer tudo melhor. Promessas, planos, metas... Alguns ficam no papel outros se realizam. Que nesse ano nossos desejos, quereres ganhem vida, tenham conotação real, enfim, saiam do papel e deixem de ser planos inconclusos.

Mentalize, reze, sorria, abrace, ame, acredite. Afaste-se da negatividade, porque meus caros: “Basta ser sincero e desejar profundo”. Reflita sobre cada palavra desse verso e talvez você concorde comigo que ele tem a força de um mantra, de uma oração. Contagie-se de coisas boas, o mundo está abarrotado de pessoas do mal, não seja mais um.

DESEJE COM FÉ, COM AMOR. Tudo de que precisa está dentro de você. Levante-se e continue a vida!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Colaborando com a cultura!

Confesso, é um tanto pornográfico, mas é real. Tem essência, e por isso a escolha de colocar no blog que tem a pretensão de ser sério, mas não careta e muito menos chato. Dizem que sexo vende, mas aposto que os idealizadores do curta-metragem brasileiro 'Noturno' não tiveram essa intenção.

Mostrar o cotidiano gay, com o olhar de aprensão. No curta, tudo começa com um olhar, mas a grande sacada é a relação do gay com o cara não assumido - classificaria dessa forma. Assistam; vale a pena!


domingo, 16 de novembro de 2008

E sobre casamento gay...

Não poderia deixar no mesmo post. Afinal somos os que ainda sofremos com isso. Não temos esse direito, e enfim, acredito que teremos um dia. Até lá, tem uma cena linda de uma cerimônia de um casamento gay, do seriado 'Brothers and Sisters'.

Confira:


Será que acabou?

No estado da Califórnia, nos EUA, havia uma lei que regulava o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nas últimas semanas isso mudou. Gerou polêmica. A Igreja, como sempre, começou a dar seus 'pitis' e tal. Só pra citar, disseram que irão fazer testes psicológicos com os futuros seminaristas, e que então, à partir disso, desclassificarão jovens com quaisquer traços que detectarem de homossexualidade.

Me digam, qual é o motivo de dizer publicamente que irão fazer isso. Por que simplesmente não fazem e pronto? Por que a Igreja adora intimidar? Olha, não sou tolo a tal ponto, sei dos motivos não aparentes e da necessidade de reafirmação como entidade sacra. Mas, foi ela que colocou o sexo como algo terrível e por causa dela, muita gente carrega esse peso. É só falar com seu tio mais velho, quem sabe seu pai; todos eles fazem, mas jamais vão falar abertamente sobre ele. Alguns pulão cerca, inclusive, mas jamais deixarão sua mulher falar com as filhas quase adultas sobre as maneiras de evitar a gravidez. O resultado todo, sabemos, os filhos fazem e acontecem e acabam não se cuidando e pior, não sabem lidar com sua sexualidade como algo natural e sadio.


Tentando não perder o foco, sobre casamento, seja ele gay ou não. Na semana passada fui perguntado sobre o que eu acho da cerimônia de casamento, e se, como futuro jornalista, que concepções eu teria. Então, respondi, que mesmo alguns afirmando que a família está acabando - esses alguns são pessoas desinformadas, geralmente pertencentes a alguma entidade religiosa ou coisa do tipo - o casamento é, e, quem sabe será, cada vez mais freqüente. E digo, o cerimonial e não como apenas um papel assinado que diz e afirma direitos, e não estabelece o laço afetivo.

- Por quê? - Me perguntou.

Respondi com entusiasmo.

Por que as pessoas enchem de fotos seu álbum no orkut. Por que as pessoas criam my space, hi5 e outros mil codinomes que eu nem lembro e alguns e nem sei. É a situação. Estamos vivendo numa sociedade em que há a necessidade de se mostrar. Quer dizer, isso sempre existiu, apenas agora temos os meios facilitados para isso. Antes as pessoas casavam e festejavam com seus familiares. Hoje isso continua, mas além disso se coloca em revistas, em blogs, em orkuts, etc. E se casa quantas vezes se acha necessário para encontrar a pessoa ideal. O casamento continua sendo uma cerimônia pública pra dizer que você ama alguém e acima de tudo, que alguém também está te amando, ou qualquer outra coisa.

Acredito que nunca iremos acabar com essa cerimônia, mesmo que muita gente vai morar junto e nunca mais pense em comemorar essa união com outros, ainda assim nos casaremos e tentaremos ser 'felizes para sempre'.


Fome?


Todos somos iguais e livres perante à lei. A toda população brasileira cabem direitos humanos, que são interdependentes e inter-relacionados. Acesso à saúde, à educação, à alimentação, à terra, à renda, ao trabalho, são relacionados ao exercício da cidadania pela liberdade de expressão, de associação.

Portanto, num mundo ideal, toda a população brasileira, latino-americana, africana deveria estar alimentada, educada (em processo de). Não é preciso ser muito afeito à leitura de artigos especializados para saber que esse arranjo não existe no mundo subdesenvolvido, especialmente.

E de quem é a culpa? Bom, simplista seria indicar um ente para assumí-la. Mas certo é que se trata de um conjunto de fatores e fenômenos bem relacionados e articulados que se especializaram em ganhar em detrimento de outros povos. Transnacionais alimentares, organizações multilaterais – OMC, FMI, Banco Mundial, inserção periférica das economias subdesenvolvidas na economia mundial.

A fome é um reflexo de inacessibilidades crônicas, de descasos. Embora exportemos volumes consideráveis de produtos agrícolas, parte de nossa população está à míngua. E como escreveu Galeano em Veias Abertas da América Latina: “El latifundio integra, a veces como Rey Sol, una constelación de poder que, para usar la feliz expresión de Maza Zavala, multiplica los hambrientos pero no los panes.[…] Los latinoamericanos que producen, en jornadas de sol a sol, los alimentos, sufren normalmente desnutrición: sus ingresos son miserables, la renta que el campo genera se gasta en las ciudades o emigra al extranjero”.Abocanham-se nossos pães, os pães dos povos. A autodeterminação dos povos é pisoteada pelos oligos: oligopólios, oligarquias. Mas, a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação/Nutrição) brindou os governos latino-americanos com as Diretrizes Voluntárias, material com instruções aos governos para realizar progressivamente o direito humano à alimentação.

Assim fica mais fácil, não? Vamos elaborar e implementar uma lei que instaure a proibição de nossos povos passarem fome, porém sem desmantelar toda a estrutura de poder, de exploração que os mantêm famélicos.

A partir de agora esse tema será recorrente na minha coluna nesse adorável blog.

sábado, 15 de novembro de 2008

Planos: chega!!!

Sexta-feira. Dia quente, e eu com meus planos todos acabados. Iríamos comemorar, o grupo das BÉééé!, o aniversário de um amigo. No entanto, ele foi visitar o seu namorado, então pensei, acabou meu final de semana. Fiquei triste Pacas no início, depois propus para o pessoal a nossa ida no bar, mesmo sem o aniversariante, depois eu já queria sair e fazer festa.

Então, acabou que fomos para o bar. Sentamos na calçada, bem coisa de verão. Isso me lembra amigos, conversas bacanas. E a nossa foi. De primeira, com o chegar da maravilhosa lua cheia começamos a conversar, comer e beber. Passava gente, passava carro. Chegou um grupo de rapazes na mesa ao lado. E tudo continuou normal.

Agora, o que não estava normal era eu. Nem estava pensando na decepção do final de semana, já que nos meus planos ele estaria completo de festa e amigos. Outra vez, paro e me pergunto - adoro dizer isso - por que temos essa imensa necessidade de auto-afirmação social: precisamos sair sempre, ter muitos amigos, estar sempre rindo, etc. etc. e tal. Penso que nos tornamos um tanto sem graça, e tenho certeza que muito egoístas. Queremos nos sentir bem nas custas de alguém, seja a pessoa amada, os amigos, ou quem for.

De planos e conversas furadas todos devem estar cheio, mas prometo; irei falar do mundo que me interessa, do mundo que ainda choca... Até a próxima postagem.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Meu desejo!

Eu vivo indignado, e isso não é novidade pra ninguém. Porém a minha indignação tem aumentado e tem atingido as faces das pessoas que eu tanto gosto. Não estou sendo suficientemente claro, mas quem sabe, é o que desejo. E essa última palavra carrega um problema muito grande. Quem deseja o quê? e quem respeita o desejo do outro? Nunca tive sorte quanto aos desejos, e vejo que infelizmente a maioria vive à sombra de desejos embutidos, por lá sabe-se quem!

Agora, fico muito triste quando nos cobram padrões. Hoje mesmo, fui cobrado por algo que considero muito bom. Fui questionado quando a aproximação que ganho com certas pessoas e que possam prejudicar a minha vida. Tenho que explicar que não é uma aproximação de jornalista com o delegado de polícia, algo nada bom para o fazer jornalístico. Mas aproximação de uma pessoa que eu busco para me ajudar. Tem problema? A sociedade diz que sim, a ciência também. E aí!? E a minha opinião não conta.

São nessas pequenas situações que vemos o quanto nossos desejos, vontades, ou qualquer coisa que possamos fazer independentemente da vontade alheia é julgado pelo coletivo. Olha, sinceramente, não quero mais saber se posso, se deixo de poder, o que eu quero dizer, que devemos nos aproximar, devemos nos ligar, quanto mais melhor, quando a respiração minha e a de meus amigos estiverem na mesma sintonia, no mesmo compasso, poderei dizer que segui meus instintos e me satisfiz.

sábado, 8 de novembro de 2008

Preconceito até a morte

Todos sabem, estou viciado em colocar vídeos no meu blog. Também, há toda uma convergência aí e temos que usufruir, não acham?

Então, esse vídeo de um seriado americano, Grey's Anatomy, que eu nem assisto, mas para resumir a história se passa no hospital, tipo ER do Warner Channel. Enfim, o que me chamou atenção é a cena. A legenda não é em português, mas é bem fácil. Assitam, vale a pena.



Fora Rituais

Meu aniversário. Nunca fico bem no dia, sabe, deve ser algo com a minha lua ou sei lá o que é. Mas dessa vez foi diferente. Também, me esforcei para ser. Tentei não me importar com as coisas alheias a mim, e tenho feito isto nos últimos tempos.

Descobri uma coisa legal, a gente precisa desfazer alguns estigmas, e quebrar o gelo para o novo. Por exemplo, eu nunca tinha comemorado o meu aniversário fora do convívio familiar. Quer dizer, meus amigos sempre iam, mas ou era lá em casa ou em alguma festa da região próxima dela. Nunca comemorei nas cidades que morei para estudar. E isso passa tão despercebido, nem tinha notado, notei na quinta-feira, quando fiz uma retrospectiva breve dos meus aniversários e percebi que era pragmático nas comemorações. Primeiro a tradicional janta lá me casa, com lasanha, um chester e muitas saladas, com a presença da tia Ivone, da Haide e do Zeca e a família. De tarde, eu e as gurias fazíamos aquela roda, ao redor do bolo e de alguns quitutes, com direito a muita conversa. E se tinha naquele dia, reunia todo mundo, passava pegar em casa, e ia pra festa.

O máximo de diferente que fiz, foi nos 15 anos reunir uma galera pro churrasco e nos 18. Mas sempre o mesmo ritual. Anos após anos. Outro ritual que acabei desconstruindo nas minhas comemorações foi o reveillon. Sempre passei com a família. A última virada resolvi inovar e passar com a família de uma amiga. E sabem, ocasionou tantas mudanças. Foi divertido, e acima de tudo, parece que me libertou de alguns rituais que eu temia serem 'eficazes' e que agora percebo o quanto ficamos chatos, tentando cumprir as regras que nem sabemos quem as criou.

Enfim, a festa foi ótima. Tanto do ano novo quanto a do meu aniversário. Pra contemplar ainda mais, no dia 5/11 tivemos a primeira transmissão de sinal digital no Jornal do Almoço da RBSTV Porto Alegre e também ficamos conhecendo o novo presidente americano, Barak Obama. E que venham mais mudanças, agora tenho que pensar em como irei passar o Natal...

Em busca de um ícone

Essa semana fui surpreendido. E olha que acompanhei a Globo News e alguns sites confiáveis de notícias. É que eu não acreditava, e confesso, até a Suprema Corte empossar Barak Obama, eu não irei acreditar que um negro se tornou presidente do país que influenciou toda a cultura mundial das últimas décadas, com o tal sonho americano.

Hoje, diante da crise econômica, num programa da Oprah Winfrey Show, exibido pelo GNT, os americanos comentavam de suas táticas para economizar energia, comida, combustível e também de como iriam lidar com os presentes de Natal. Teve uma senhora que resolveu fazer um geléia de ameixas - frutas do quintal - e embalar em potes para presentear a sua família e amigos. Ela disse que nos outros anos costumava gastar cerca de 5 a 6 mil dólares nos presentes. Uma mudança, não?!

Mas por falar em mudança. Parece que o mundo todo, inclusive EU, tomamos um fôlego novo nos pulmões. Claro, não lembrávamos a quanto tempo isso não acontecia. Na verdade aconteceu comigo quando vi o LULA subir a rampa do Planalto Federal. Me emocionei. Sabemos que o governo dele não é tudo aquilo que idealizamos, mas é acima de tudo diferente. Tem a proposta vinda de uma pessoa que jamais imaginávamos no poder - eu não, a sociedade.

Arnaldo Jabor, na quinta-feira (06/11) em seu comentário no Jornal da Globo falou da necessidade de sofrermos um monte para buscarmos a mudança. Ele agradeceu ironicamente todo o mal que Bush fez para o mundo e para os americanos e agradeceu a ditadura militar do país. Querendo ou não, Jabor tem razão.



Somos assim. Deixamos a água 'bater na bunda' para somente depois tentarmos aprender a nadar. Obama quem sabe não irá mudar o mundo, como todos nós esperamos. Quem sabe vai piorar. Porém, saber que um negro está a frente do poder, olha é uma conquista sem precedentes. No Brasil precisamos ainda de um presidente gay e casado. Já pensaram, que ícone maravilhoso. Desde que seja competente suficiente, pois essa história de colocar gays no poder, não tem dado muito certo no país. Acaba indo os mais famosos por festas, roupas e outras coisitas não comentáveis por aqui.

Precisamos sim de ícones, mas que pelo menos sejam como o nosso Lula, o Obama do mundo. Um gay capaz de mostrar para que ele veio ao mundo, mostrar que ele também pode estar a frente, e também servir de modelo. Por enquanto, temos apenas o príncipe indiano Manvendra Gohil, que assumiu sua homossexualidade para o mundo no programa da Oprah, quer adotar filhos e conhecer o príncipe encantado... ficou até engraçado.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A arte mostra

Dessa vez a Sétima Arte nacional abre o espaço para a temática homossexual. E não é somente no Festival Mix, mas também no cinema tradicional, produzido por atores famosos. Este é o caso do filme, "A Festa da Menina Morta", que estará nas telonas do país no 1° semestre de 2009. O longa é protagonizado por Daniel Oliveirae tem a estréia na direção de Matheus Nachtergale.

Pra quem quiser conferir mais sobre o filme:
http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=6168&tipo=1&codalbum=615

http://meninamorta.blogspot.com/

Tem também o curta-metragem "Café com Leite". Mas este não sei como conseguirei assistir, espero conseguir baixar pela internet, afinal não moro nos eixos de circulação cultural deste país, o que dificulta o acesso aos bens culturais que não fazem parte do mercado tradicional.

Veija o trailler:


Espero ver esses trabalhos. Sonho com que isso se torne super normal daqui um tempo. Que esses assuntos sejam tratados como os romances mal resolvidos dos heterossexuais e que os dramas não sejam carregados de preconceito e esteriotipizações.

Abraços

Vem aí!

16° Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual



Em São Paulo (12 a 23 de novembro de 2008).

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Um combate à indiferença

Família reconhece união gay de vítima de acidente da TAM

RENATA BAPTISTA

DA AGÊNCIA FOLHA – 25/10/2008

Nesta semana, o companheiro de um cabeleireiro que morreu no acidente com o Airbus da TAM em Congonhas (SP), em julho do ano passado, conseguiu fazer com que a família da vítima reconhecesse a união estável entre os dois.

Após o reconhecimento, ele abriu mão dos 50% da herança que lhe caberia. "Ele estava mais interessado no reconhecimento da união, por isso abriu mão dos bens. Era mais uma questão moral", disse a advogada de Édson Flávio Nunes, Alessandra Gonzaga.

Nunes e Renato Soares -vítima do acidente- moravam juntos desde 2002. Segundo a advogada de Nunes, o relacionamento entre os dois começou em 2001, mas a família de Soares, "não aceitava a situação".

Com a morte de Soares, seus familiares iniciaram o inventário e bloquearam seus bens. Por isso, Nunes acionou a Justiça pedindo o reconhecimento de união estável entre os dois para ter acesso a 50% da herança de Soares - que consiste em um carro e valores de dinheiro em bancos.

Em junho deste ano, segundo a advogada, Nunes obteve, por meio de liminar, o direito de receber um terço da indenização paga aos familiares das vítimas do acidente. Os outros dois terços foram pagos à mãe e aos irmãos de Soares. Ele apresentou à Justiça provas de que os dois viveram juntos. A advogada não quis revelar o valor recebido por seu cliente.




Olhem bem, coisas desse tipo nos animam. Depois de uma vida, que provavelmente, o rapaz teve, de não-aceitação da família de sua orientação sexual e ainda pior de seu companheiro, isso é reconhecido, ainda que judicialmente. E aí, alguns “imbecis” – desculpem o termo – ficam dizendo por aí que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não muda em nada. Claro, não muda pois você não pensa no outro, ou pois você é hétero e tem esse direito assegurado. Nesse caso o que o companheiro mais queria era essa aprovação do relacionamento dos dois, muito mais que o dinheiro. Infelizmente a lei é o parâmetro para a aceitação dentro de uma sociedade em que os órgãos de governo controlam a vida em sociedade. Não podemos deixar de lutar por este direito. Não podemos abandonar o sonho de casar. Desconstruir essa idéia que só pode homem e mulher. Podemos sim e queremos.


Para essa família não desejo nada, só irei utilizar esse exemplo para dizer, que mesmo não conhecendo a real história da não-aceitação. Só sei dizer que muito pior que não aceitar é a indiferença, quantas famílias tratam seus filhos, irmãos, primos; com este sentimento frio de “não estou nem aí, não aceito, mas não julgo”. Cara! Somos humanos, precisamos de apoio, precisamos de calor. Precisamos sentir. Não tenho certeza, mas posso imaginar que essa família sofreu muito com a perda, mas muito mais sofreu seu companheiro, que o amou inteiro. A família até pode ter sofrido, mas ela perdeu uma parte dele, uma parte que quem sabe nem fazia mais parte daquele homem.

Pensem nisso

Olhos atentos