quarta-feira, 11 de março de 2015

Juro que não entendo!!!

Voltei a escrever, ou melhor, é apenas uma tentativa, um pequeno gesto de quem ama fazer isso, mas que como numa paixão platônica viu na sua livre forma de expressão um julgamento de certo ou errado. Escrever é deixar fluir, transcender a si e a suas ideias, seus mundos, medos, amores, credos. Voltar a fazer isso num momento da história em que meu país está confuso, em que tudo o que acredito e tive medo está acontecendo, em que o interesse individual sobrepõe qualquer mínima tentativa de tranquilidade coletiva - alguns professam inclusive uma guerra - alimento a utopia de um mundo melhor. Eu, apenas, rés mortal, me aniquilo naquilo que acredito ser o melhor para mim (ultra egoísmo) e que penso não fazer tão mal aos outros. Já que muitos querem mesmo é fazer o bem aos seus, as seus pares, as suas elites. 

Crise sem identidade. Manifestação da massa, ou seria crise do meu não interesse social e contra a massa??? Acho que confundi tudo, e agora aonde estás Manuel Castells para me ajudar a entender??? Ou seria apenas uma manifestação líquida (Bauman) já que ninguém quer dar a cara a tapa. Brincadeiras a parte, no entanto, não consigo entender o espanto e revolta de milhares que insanamente acreditam que os problemas do país são de ontem e hoje. Sou a favor de mecanismos de cobrança da legalidade pública e privada e não de chacotagens políticas eleitoreiras (o que estamos vendo tanto da situação como da oposição). Jogo limpo na política e ações governamentais a favor do povo e não a interesses obscuros é o que eu preciso. Condições dignas, salários e preços justos é o que buscamos há muito tempo e desculpem os espertos, até os mais bobos sabem que estamos um tanto distantes desse sonho que tanto almejo realizar. 

Deixo esta crônica do Zero Hora de hoje... para contextualizar: 

Moisés Mendes: "Os golpistas encabulados"
Na semana das passeatas, com o país dividido ao meio, sua escolha define suas afinidades. 
Moisés Mendes por Moisés Mendes 11/03/2015 | 05h01 

O Brasil não será o mesmo depois das passeatas desta semana. A primeira, do dia 13, anuncia-se como uma mobilização pela Petrobras e pelas conquistas sociais. A segunda, do dia 15, se propõe a combater a corrupção e, no que está subentendido, mas não fica claro, também pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O Brasil se divide ao meio de novo, mas algumas coisas devem ser melhor explicitadas. Nomes que refugam a tese do impeachment já mostraram a cara, sem volteios. Falo de reputações acima de partidos, como Bresser-Pereira, Ricardo Semler, Luis Fernando Verissimo, Leonardo Boff. Mas quem, do outro lado, defende o impeachment, além de Bolsonaro e de militantes das redes sociais? Quem, entre intelectuais, jornalistas, articulistas conhecidos — entre os tais formadores de opinião — diz claramente que é pela interrupção do segundo mandato de Dilma? Quem, sem subterfúgios, sem enrolação, sem atribuir pontos de vista aos outros, sem medo de correr riscos, sem a conversa fiada de que é contra tudo o que está aí, diz abertamente que defende o impeachment e a passeata do dia 15 pelo fim deste governo? É difícil. Há, entre os articuladores do impeachment, um acovardamento que envergonharia os lacerdistas, seus ancestrais golpistas dos anos 50. É constrangedora a falta de desprendimento dos que deveriam dizer que não suportarão os quatro anos do segundo mandato e que o grande sonho do revanchismo é fazer o governo sangrar até o impeachment ou a renúncia de Dilma. O golpe está apenas nas entrelinhas do discurso. Por isso, essa é uma semana para não esquecer. É agora que os indecisos, se é que existem, escolhem a sua passeata, ou ficam em casa vendo a banda passar. Surge então aquele temor de que em algum momento, ou por um dia, ou para sempre você poderá estar, diante de uma questão essencial, alinhado a uma certa gente estranha. São os riscos das livres escolhas. Posso estar errado, mas erro com convicção. Decidi seguir a turma dos já citados lá no começo, com os quais nunca teria grandes estranhamentos. Estou com Bresser-Pereira, Leonardo Boff, Luis Fernando Verissimo e Ricardo Semler. Não cheguei (e espero não chegar nunca) a uma situação extrema que me faça alinhado com o Bolsonaro.
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticia/2015/03/moises-mendes-os-golpistas-encabulados-4715419.html

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