Hoje como todos sabemos (04/05/2011), e espero profundamente que seja um dia que se tornará marco na história dos direitos humanos no Brasil. Neste exato momento a Suprema Corte brasileira (STF) julga a proposta da inconstitucionalidade vinda da Advocacia Geral da União para o artigo do Código Civil que legaliza a união estável, no entanto, este nada fala dos homossexuais, sendo apenas privilégio de relações entre homens e mulheres.
Deixo para transcorrer sobre o fato daqui a pouco. Neste momento, quero apenas reforçar o primeiro argumento da defesa pela ação de inconstitucionalidade. O poema de Oscar Wilde.
Deixo para transcorrer sobre o fato daqui a pouco. Neste momento, quero apenas reforçar o primeiro argumento da defesa pela ação de inconstitucionalidade. O poema de Oscar Wilde.
"O Amor, que não ousa dizer seu nome,"
Bateu-lhe à porta, ao acaso, um dia.
E ele, inebriado pela cotovia
(que paira à janela, mas depois some...),
Sentiu crescer, súbito, na alma, u'a fome
De algo que, até então, desconhecia.
Desejo... estranheza... culpa... agonia...!
Desce aos umbrais, na angústia que o consome!
... porém, depois das lágrimas enxutas,
Chamou a cotovia, deu-lhe frutas,
E sorveram, um no outro, a própria essência.
E ambos, nessa atração de semelhantes,
Num cingir de músculos, os amantes
Ergueram-se aos portais da transcendência.
Oscar Wilde, 1876.