quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Guerra não declarada do Rio

Não acho que me dá medo. Tenho ódio, mesmo, pois enquanto ficamos discutindo assuntos banais, que circundam o nosso próprio umbigo, deixamos a situação chegar aonde chegou. A pobreza, a fome, a miséria do conhecimento, o pouco acesso ao saber... de passo em passo os caminhos se cruzaram e hoje não temos mais o que fazer, senão entrar pra luta. Querendo ou não fomos chamados à guerra. E não é mais uma guerra pelo poder, pela hegemonia, de quem está certo ou de quem está errado. Apenas uma guerra de sobrevivência.

Teríamos duas escolhas, deixar como está, ficar inertes e passar o comando do estado ao tráfico; ou, lutarmos contra essa força paramilitar, política e outros termos mais que não lembro agora. O tráfico hoje não é apenas uma forma de vida, de ilegalidade, ele comporta uma verdadeira estrutura ideológica, que possui seguidores, que possui patrocinadores e que possui platéia - nós todos.

Não podemos dizer quem é o culpado, e nem que é inocente nessa história toda. Não cabe nem a mim dizer que inocente sou. Minha culpa é tão grande como de qualquer morador da favela, de qualquer empresário. Claro, a culpa maior, e não é apenas um julgamento, uma constatação, é do Estado, é da nossa política e da nossa polícia que resolveram se juntar ao invés de combater. Agora precisamos tomar de volta o nosso direito à vida. Tirarmos as armas das mãos de quem não tem direito de estar com elas. Depois, limparmos a polícia.... fazer a mesma coisa, tirar armas dos policiais corruptos. Mais tarde, fazer tudo o que sabemos que deve ser feito, educação, moradia, saneamento e uma política de segurança que não dê voz e vez para a violência, de qualquer violência.




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