segunda-feira, 27 de abril de 2009

Como somos bons em rotular

Nada melhor do que o fenômeno mundial, Susan Boyle, para questionar os nossos padrões de julgamento. Falo de padrões de julgamento, pois estes, são superiores e mais fortalecidos culturalmente do que os próprios padrões de beleza. Julgar sempre fui um ato humano provido por todos. A todo instante comparamos as atitudes dos outros com aquilo que consideramos certo. Fazemos observações tolas e dificilmente nos questionamos por isso.

Na descrição do meu perfil do blog, falo do acolhimento das diferenças. Uma das frases usadas repetidas vezes pela minha amiga e antropóloga, carinhosamente conhecida como Fafa. Acolher o exótico sempre foi um desafio da sociedade e quem sabe um caminho necessário na modernidade. Mesmo parecendo este um fato de difícil alcance, muita coisa mudou nas nossas relações com o exótico. Susan é um ícone e graças a Deus que ela surguiu. Precisamos de outros ídolos, precisamos de novas ideologias, já diziam nossos poetas compositores. A vida não pode ser construída apenas num mesmo padrão. Não somos robôs e não acho legal nenhuma dessas formas massificantes de analisar e viver, sejam torcidas de futebol ou talvez o número da roupa que você deve vestir.

Uma vez ouviu uma especialista em medicina estética falar que hoje ao invés de moldarmos a roupa para o nosso corpo, acabamos fazendo o contrário para nos sentirmos incluídos. E aqui eu verifico um grande problema. O que você já mudou para fazer parte de algo, de um grupo, ou para simplesmente não ser mal visto por seus amigos? O que você já precisou fazer mal a você mesmo para ser igual aos demais? O quanto você já perdeu com isso? Eu vejo muitos nesse caminho. As drogas - lícitas ou ilícitas - são o exemplo maior da inclusão de grupo. Sempre queremos fazer parte de algo, queremos compartilhar coisas e nessa história, esquecemos que podemos ser diferentes, podemos continuar tolos, esquesitos e ainda assim nos sentirmos capazes de sermos melhores.

Deixo o link do vídeo no YouTube da primeira apresentação da Susan Boyle. E para os meus leitores.... a nossa colunista Luiza está de volta! Abraços

Rótulos são para
latas de atum

3 comentários:

Ana Bittencourt disse...

não julio... eu não quero ser a susan.. até porque sou/estou muito feliz em ser quem eu sou. foi só um trocadilho com "quero ser john malkovich", mas acho que tu não conhece... deixa pra lá...

Julio Marin disse...

Aninha.... Susan é mesmo um fenômeno, vide que ganhou espaço em todos os lugares da net. Sejam blogs, sites e até mesmo nas colunas dos principais jornais do país. Calligaris... um dos meus psiquiatras prediletos escreveu em sua coluna semana passada na Folha de São Paulo... E diferentemente que eu, quem sabe, mas parecido com você... quem sabe...?! Mas todos levantam o mesmo aspecto, todos lembram que ela tem algo que quem sabe perdemos.

Deixo o link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2304200925.htm

@_-¯Cristiano Quaresma¯-_@ disse...

Susan é a Raça Pura, de uma RAÇA já antiga e em extinção, chamada "Humanidade"!
NAMASTE!

Olhos atentos